Vaticano: Papa destaca papel dos monges e monjas na vida da Igreja

Francisco convida a visitar mosteiros, exemplos de trabalho e oração

Foto: Vatican Media

Cidade do Vaticano, 26 abr 2023 (Ecclesia) – O Papa elogiou hoje, no Vaticano, o dos monges e monjas na vida da Igreja, apresentando os mosteiros como locais exemplares de “trabalho e oração”.

“Vai fazer-nos bem visitar um mosteiro, porque ali se reza e trabalha. Cada um tem a sua regra, mas ali as mãos estão sempre ocupadas com o trabalho e com a oração. Que o Senhor nos dê novos mosteiros, monges e monjas que levam a Igreja em frente, com a sua intercessão”, disse, perante os peregrinos e visitantes reunidos na Praça de São Pedro.

A audiência pública semanal evocou a figura do monge São Gregório de Narek, doutor da Igreja, como exemplo de intercessor.

“O coração dos monges e das monjas é como uma antena, porque capta o que acontece no mundo e intercedem por ele. Assim, eles vivem em união com o Senhor e com todos”, precisou Francisco.

O Papa falou destes religiosos de clausura como pessoas que “renunciam a si e ao mundo para imitar Jesus no caminho da pobreza, da castidade, da obediência e para interceder em favor de todos”.

“Os monges são o coração pulsante do anúncio: a sua oração é oxigénio para todos os membros do Corpo de Cristo, é a força invisível que sustenta a missão”, acrescentou.

A 12 de abril de 2015, São Gregório de Narek (950-1005) foi elevado à categoria de doutor da Igreja universal, numa Missa presidida pelo Papa Francisco na Basílica de São Pedro.

O monge arménio, recordado como místico e teólogo, é visto como símbolo da fé do seu povo; em 1003 escreveu a sua obra mais famosa, ‘O livro das lamentações’ (também chamado Narek), apresentado pelo Vaticano como “única no género”.

Os textos evocam “o drama do itinerário espiritual, a tragédia da existência, do ser neste mundo a tender para algo que não é deste mundo”.

O ‘narek’ é composto por 95 capítulos, que o autor chama ‘ban’, um termo que corresponde ao grego ‘logos’ (palavra).

O monge morreu em 1005, no mosteiro onde viveu, e ali foi sepultado, sendo venerado como santo.

O túmulo de São Gregório tornou-se destino de peregrinações e a sua memória manteve-se mesmo após a conquista da Arménia pelos turcos, em 1071.

“São Gregório passou quase toda a sua vida no mosteiro de Narek. Ali aprendeu a perscrutar as profundezas da alma humana e, fundindo poesia e oração, alcançou o auge tanto da literatura como da espiritualidade arménia”, disse Francisco, esta manhã.

No final da audiência, o Papa saudou os peregrinos de língua portuguesa, especialmente os grupos vindos de Portugal e do Brasil.

“Seguindo o exemplo de São Gregório de Narek, façamos da nossa vida de oração uma constante intercessão pelos nossos irmãos e irmãs, particularmente pelos mais necessitados do amor misericordioso de Deus”, apelou.

Francisco pediu ainda orações pela “martirizada Ucrânia”.

OC

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