Francisco enviou mensagem a congresso online dos Comités de Direitos Sociais da África e da América
Cidade do Vaticano, 30 nov 2020 (Ecclesia) – O Papa apelou hoje aos responsáveis judiciais para que lutem “contra quem nega direitos sociais e laborais” aos mais pobres, para superar as desigualdades sociais.
“Lutar contra aquela cultura que leva a usar os outros, a escravizar, e acaba por tirar dignidade dos outros”, defendeu Francisco, numa mensagem ao congresso online dos juízes membros de Comités de Direitos Sociais da África e da América, divulgada pelo Vaticano e enviada à Agência ECCLESIA.
A reflexão inicial proposta pelo Papa sublinha a importância de “construir a nova justiça social”.
“Quando damos aos pobres o essencial, não lhes damos as nossas coisas, nem as de terceiros, mas devolvemos-lhes o que é deles”, precisou.
Francisco destacou que este trabalho tem de ter em consideração a realidade e a história dos povos, sem “ignorar” os mais fracos.
A intervenção, em vídeo, denunciou “o quadro angustiante em que uma pequena parte da humanidade vive na opulência, enquanto um número cada vez mais numeroso vê ser ignorada a sua dignidade e os seus direitos mais elementares são ignorados ou violados”.
O Papa convidou a um esforço de “solidariedade e justiça”, procurando superar “as causas estruturais da pobreza, desigualdade, falta de trabalho, terra e habitação”.
A mensagem sustenta que nenhuma justiça social pode ter como base a “concentração de riqueza”.
Vamos construir a nova justiça social, assumindo que a tradição cristã nunca reconheceu o direito à propriedade privada como absoluto e intocável e sempre enfatizou a função social de qualquer das suas formas”.
Francisco enviou também uma saudação aos participantes no evento, que decorre até terça-feira, com o tema “A construção da justiça social. Para a plena aplicação dos direitos fundamentais das pessoas em condições de vulnerabilidade”.
O Papa sustenta que “nenhuma sentença pode ser justa, nem qualquer lei legítima, se o que produzem é mais desigualdade, se o que produzem é mais perda de direitos, indignidade ou violência.
OC