Francisco envia mensagem a rede internacional de religiosas que luta contra este crime
Cidade do Vaticano, 23 mai 2024 (Ecclesia) – O Papa denunciou hoje o tráfico de seres humanos, considerando-o um problema “sistémico” que se agrava com as guerras e o aumento das desigualdades, afetando particularmente as mulheres.
“O tráfico é reforçado por guerras e conflitos, beneficia dos efeitos das alterações climáticas, das desigualdades socioeconómicas, tira partido da vulnerabilidade das pessoas forçadas a migrar e das condições de desigualdade, em particular, das mulheres e meninas”, referiu, num discurso enviado à Assembleia Geral da rede internacional ‘Talitha Kum’, que reúne em Roma 153 pessoas de 71 países , incluindo Portugal.
“O tráfico de pessoas é um mal sistémico, pelo que podemos e devemos eliminá-lo através de uma abordagem sistemática a vários níveis”, acrescentou, na intervenção divulgada pela Santa Sé.
Francisco aponta o dedo às pessoas “sem escrúpulos morais” que obtêm “grandes lucros” com o tráfico de pessoas, “uma atividade que não respeita nem olha de frente para ninguém”.
“O tráfico está em constante evolução e encontra sempre novas formas de se desenvolver, como aconteceu durante a pandemia. No entanto, não devemos desanimar. Com a força do Espírito de Jesus Cristo e a dedicação de muitos, podemos conseguir eliminá-lo”, escreve.
No meu coração há muita gratidão por aquilo que fazeis, pessoalmente e em conjunto, para derrotar o tráfico de pessoas, um dos mais terríveis flagelos do nosso tempo”.
A assembleia, com o tema ‘Caminhando juntos para acabar com o tráfico de seres humanos: Compaixão em ação para a transformação’, decorre até sexta-feira, na Fraterna Domus, em Sacrofano, a 30 quilómetros de Roma.
“Temos de seguir as pegadas do que vós, pessoas da ‘Talitha Kum’, sempre fizestes: estar ao lado das vítimas, ouvi-las, ajudá-las a reerguer-se e, juntos, agir contra o tráfico”, indica o Papa.
Francisco considera que esta rede, criada por Institutos Religiosos femininos, se tornou um “ponto de referência para as vítimas, as suas famílias, as pessoas em risco e as comunidades vulneráveis”.
“Encorajo-vos a continuar neste caminho, prosseguindo as ações de prevenção e tratamento e tecendo muitas e preciosas relações, indispensáveis para combater e derrotar o tráfico”, conclui.
OC