ONU: Santa Sé pede «proteção especial aos locais de culto em zonas de conflito»

D. Gabriele Gaccia apelou à implementação da resolução 1265 do Conselho de Segurança das Nações Unidas sobre a Proteção das Pessoas Civis em Conflitos Armados

Foto Lusa/EPA

Cidade do Vaticano, 23 mai 2024 (Ecclesia) – O observador permanente da Santa Sé na Organização das Nações Unidas (ONU) defendeu, no debate aberto anual do Conselho de Segurança, em Nova Iorque (EUA), que decorreu esta terça e quarta-feira, a “proteção especial ao locais de culto em zonas de conflito”.

Além de locais de oração, estes constituem-se “locais de assistência e proteção para os necessitados”, destaca D. Gabriele Caccia, que diz ser importante “reconhecer que a guerra moderna já não se desenrola exclusivamente no campo de batalha”, informa o portal de notícias do Vaticano.

O representante da Santa Sé apelou à implementação da resolução 1265 do Conselho de Segurança da ONU sobre a proteção de civis e daqueles que enfrentam maiores riscos em conflitos armados, nomeadamente trabalhadores humanitários e na área da saúde, religiosos, jornalistas, pessoas deslocadas, mulheres, crianças e pessoas com deficiência.

Segundo D. Gabriele Caccia, os conflitos atuais “geram efeitos catastróficos na vida de milhões de pessoas” e são os civis que sofrem as maiores consequências, sublinhando que a distinção entre alvos militares e civis parece “já não ser respeitada”.

“Não há conflito que não acabe por atingir de forma indiscriminada a população civil”, reforçou.

Com o objetivo de garantir a proteção dos civis, o observador permanente da Santa Sé ressaltou que deve acabar a produção, o armazenamento e o uso indiscriminado de armas, “tais como minas terrestres, munições de fragmentação e armas explosivas em áreas povoadas”, na prática “instrumentos de morte que, juntamente com outros restos explosivos de guerra, continuam a representar uma séria ameaça para a população mesmo após o fim das hostilidades”.

Neste âmbito, D. Gabriele Caccia exaltou o trabalho do Serviço de Ação contra as Minas da ONU e pediu a implementação da Declaração Política sobre a Utilização de Armas Explosivas em Áreas Povoadas.

Na intervenção, o representante da Santa Sé manifestou também preocupação com o “bloqueio da ajuda humanitária em zonas de conflitos e os crescentes ataques” contra trabalhadores humanitários e médicos que colocam as vidas “em risco para ajudar a população no local”.

LJ/OC

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