Francisco fez discurso sobre alterações climáticas a ministros das finanças de vários países
Cidade do Vaticano, 27 mai 2019 (Ecclesia) – O Papa Francisco defendeu hoje no Vaticano o fim da “dependência global dos combustíveis fósseis”, falando perante ministros das finanças de vários países, num encontro promovido pela Academia Pontifícia das Ciências.
“Abramos um novo capítulo de energia limpa e segura, que utiliza, por exemplo, recursos renováveis como o vento, o sol e a água”, disse, numa intervenção divulgada pelo Vaticano.
A iniciativa dedicada às alterações climáticas contou com conferências de climatologistas e especialistas internacionais, visando “ajudar a interromper uma crise que está a levar o mundo para o desastre”.
O Papa questionou os responsáveis internacionais e homens de negócio que continuam a considerar como lucro aquilo que ameaça a “própria sobrevivência” da humanidade.
“Os sinais hoje não são bons. Os investimentos em combustíveis fósseis continuam a crescer, embora os cientistas nos digam que os combustíveis fósseis devem permanecer no subsolo”, advertiu.
Francisco considerou que as consequências da inação global, apesar dos acordos assumidos em sucessivas cimeira do clima, são “surpreendentes”, destacando a concentração de dióxido de carbono na atmosfera – 415 partes por milhão, o nível mais alto já registado.
“Em todo o mundo, vemos ondas de calor, secas, incêndios florestais, inundações e outros eventos climáticos extremos, aumento do nível do mar, surgimento de doenças e outros problemas que são apenas um aviso severo de algo muito pior que pode estar a chegar, a menos que decidamos agir e sejam tomadas medidas urgentes”, referiu.
O Papa recomendou prudência e responsabilidade nas opções económicas, desejando que as mesmas assumam como prioridade “promover a dignidade humana, ajudar os pobres e libertar da idolatria do dinheiro que cria tanto sofrimento”, antes que seja “tarde demais”.
“O tempo é essencial. Aguardamos a vossa ação decisiva em prol de toda a humanidade”, concluiu.
OC