Francisco pede que a oração, no tempo do Advento, recorde pessoas afetadas «por guerras e crises de todos os tipos»
Cidade do Vaticano, 30 nov 2022 (Ecclesia) – O Papa convidou hoje os cristãos de todo o mundo a rezar pela unidade e pela paz, lembrando em particular a guerra na “martirizada” Ucrânia.
“Que a intercessão dos santos irmãos apóstolos Pedro e André conceda em breve, à Igreja, a possibilidade de desfrutar plenamente da sua unidade e a paz para o mundo inteiro, especialmente neste momento para a querida e martirizada Ucrânia, sempre nos nossos corações e na nossas orações”, disse, no final da audiência pública semanal.
Perante milhares de pessoas reunidas na Praça de São Pedro, Francisco recordou o início do tempo litúrgico do Advento, as quatro semanas que precedem o Natal no calendário católico, falando num momento de “esperança”.
“Imploramos, com fervor, ao Príncipe da Paz para que traga consolo aos nossos corações feridos, assim como às nações testadas por guerras e crises de todos os tipos, por uma vida digna e serena”, acrescentou.
O Papa desejou aos participantes na audiência geral, com transmissão online, “um fecundo caminho de Advento, para acolher, no Natal, o Menino Jesus, Filho de Deus e Príncipe da Paz”.
O tempo litúrgico do Advento, que acaba de começar, convida-nos a sair ao encontro do Senhor que vem com oração, penitência e obras de caridade. Preparemo-nos para celebrar o nascimento de Jesus com a escuta assídua da Palavra de Deus e a resposta generosa à sua graça”.
A catequese foi dedicada ao tema do discernimento, com atenção particular ao “exame de consciência”.
“Quanto mais nos conhecemos, mais sentimos por onde entra o espírito maligno, as suas ‘passwords’, as portas de entrada do nosso coração, que são os pontos onde somos mais sensíveis, de modo a prestar-lhes atenção no futuro”, indicou Francisco.
O Papa convidou todos a “aprender a ler, no livro do coração, o que aconteceu durante o dia”.
“Por isso é tão importante o exame de consciência diário: trata-se do precioso esforço de reler a experiência sob um ponto de vista particular. É importante compreender o que acontece, é sinal de que a graça de Deus age em nós, ajudando-nos a crescer em liberdade e consciência”, precisou.
Francisco sublinhou que a oração nunca deve ser uma “fuga” das responsabilidades, mas “uma ajuda para realizar o bem”.
No final do encontro, o Papa deixou uma saudação aos peregrinos de língua portuguesa, presentes no Vaticano.
“Começamos o tempo de Advento, em preparação para a vinda de Jesus. É tempo propício para fazer um bom exame de consciência e, se encontramos algo que não está bem, pedir perdão ao Senhor e retomar o caminho certo. Que Deus vos abençoe e a Virgem Santa vos proteja”, declarou.
A audiência evocou ainda a celebração da festa litúrica do Apóstolo Santo André, irmão de Simão Pedro, “padroeiro da Igreja que está em Constantinopla”, onde se encontra uma delegação da Santa Sé, para participar nas celebrações da comunidade ortodoxa.
“Desejo expressar o meu afeto especial ao meu querido irmão Patriarca Bartolomeu I e a toda a Igreja de Constantinopla”, referiu.
A audiência contou com a atuação de um grupo de circo do Quénia, que apresentou vários números acrobáticos
Francisco fez questão de cumprimentar os cinco membros dos “Black Blues Brothers”, que tiraram um foto junto do Papa.
OC
