Vaticano: Papa conversou com estudantes do sul da Ásia, questionando «mercantilização da educação»

Iniciativa decorreu em formato digital, com o mote «construir pontes»

Cidade do Vaticano, 26 set 2023 (Ecclesia) – O Papa conversou hoje com estudantes de vários países do sul da Ásia, numa iniciativa online, alertando para a “a mercantilização da educação”.

“A educação deve ser livre e gratuita”, sustentou Francisco, falando numa iniciativa promovida pela Comissão Pontifícia para a América Latina (santa Sé) e pela Universidade Loyola, de Chicago, na sua terceira edição.

O Papa lamentou que, em muitos países, a universidade esteja limitada a “quem pode pagar”, servindo a “classe dominante do dinheiro” e não estudantes interessados em construir “um mundo melhor”.

“O sistema de bolsas tem de ser revisto”, acrescentou.

‘Construindo Pontes’ foi o título do encontro, que durou cerca de 90 minutos.

Francisco sublinhou que a “coragem para dialogar” gera “coragem”, enquanto o fanatismo gera “discriminação”, lembrando atos de perseguição contra cristãos, na Ásia.

O Papa ouviu testemunhos de estudantes de vários países, respondendo a várias das questões levantadas, como a intenção de fazer da internet um “lugar melhor”.

“A notícia não deve ser podada”, indicou, ao alerta para o perigo das “meias-verdades”, pedindo “fidelidade factos”, sem “instrumentalizar” a informação nem gerar “monstros”, a partir das “fake news”

A comunicação, sustentou o pontífice, deve ser feita com o “estilo próprio” de cada um, de forma “poética”.

“Quando era estudante, gostava de escrever poemas. Hoje, quando os leio, sinto vergonha”, assinalou, numa passagem mais pessoal da conversa.

O encontro, transmitido através do YouTube, deixou alertas contra a discriminação das mulheres e sublinhou que cada pessoa é um “diamante em bruto”, que vai sendo lapidado pelo contacto com os outros.

“O diálogo com o outro vai polir-te, para que sejas mais diamante”, declarou Francisco.

O Papa aludiu à importância do diálogo entre gerações, particularmente num contexto de migração, como o asiático.

“Esquecer as raízes é um grande pecado”, advertiu.

O encontro contou com intervenções de estudantes do provenientes de diversas estruturas e faculdades da área geográfica em questão (Paquistão, Índia e Nepal) e de diferentes áreas disciplinares.

OC

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