Vaticano: Papa assinala festa litúrgica de Teresa de Jesus, a santa «andarilha»

Francisco evoca exemplo da religiosa carmelita do século XVI, no início do Ano Jubilar comemorativo do quinto centenário do seu nascimento

Cidade do Vaticano, 15 out 2014 (Ecclesia) – O Papa assinalou hoje a festa litúrgica de Santa Teresa de Jesus, associando-se ao Ano Jubilar comemorativo do quinto centenário do seu nascimento com uma mensagem enviada ao bispo D. Jesús García Burillo.

“Na escola da santa andarilha aprendemos a ser peregrinos”, escreve Francisco, o qual observa que “a imagem do caminho pode sintetizar muito bem a lição da sua vida e obra”.

Segundo o Papa, a religiosa carmelita e doutora da Igreja “entendeu a sua vida como caminho de perfeição através do qual Deus conduz o homem, de morada em morada, até Ele, e ao mesmo tempo, o põe em marcha em direção aos homens”.

Neste contexto, Francisco aponta quatro caminhos nesta marcha teresiana, que todos poderemos imitar com proveito: o caminho da alegria, da oração, da fraternidade e do próprio tempo.

“Teresa de Jesus convida as suas monjas a ‘viverem alegres servindo’. A verdadeira santidade é alegria porque ‘um santo triste é um triste santo’. Antes de serem valentes heróis, os santos são fruto da graça de Deus aos homens”, escreveu.

Em relação à oração, que a santa definiu como ‘tratar de amizade estando muitas vezes sozinhos com quem sabemos que nos ama’, o Papa sustenta que este é um caminho que não se pode fazer “sozinho”, mas uns com os outros.

A mensagem recorda a dimensão “reformadora” da santa espanhola, que promoveu uma “providencial resposta” aos problemas da Igreja e da sociedade do seu tempo, fundando pequenas comunidades de mulheres que viviam “o Evangelho com simplicidade”.

Teresa de Ávila nasceu em 1515 e, após ter entrado no convento carmelita de Nossa Senhora da Encarnação, promoveu a renovação da Ordem do Carmo, tendo fundado o primeiro convento da nova família carmelita descalça em 1562, dia em que mudou de hábito e começou a chamar-se Teresa de Jesus.

“A santa escritora e mestra de oração foi ao mesmo tempo fundadora e missionária pelos caminhos da Espanha. A sua experiência mística não a separou do mundo nem das preocupações das pessoas; pelo contrário, deu-lhe novo impulso e coragem para a ação e para os deveres de cada dia”, recorda Francisco.

O Papa evocou também a religiosa espanhola durante a audiência pública semanal, que decorreu esta manhã na Praça de São Pedro.

“Hoje recordamos Santa Teresa de Jesus, carmelita descalça, virgem e doutora da Igreja. Amanhã decorre, por outro lado, o aniversário da eleição para a Sé de Pedro de São João Paulo II. Estes dois santos estão unidos na oferta de si próprios a Deus, na dedicação à Igreja e na vida mística”, referiu.

“Aprendamos com eles a radicalidade evangélica e o crescimento na plena comunhão com Deus”, disse aos peregrinos presentes.

A Ordem do Carmo, ou Ordem dos Irmãos da Bem Aventurada Virgem Maria do Monte Carmelo, surgiu no século XIII, na região do Monte Carmelo, cadeia de colinas perto da atual cidade de Haifa, em Israel.

A regra que modelou as comunidades religiosas inspiradas naquela vivência foi sistematizada e aperfeiçoada por Santo Alberto, Patriarca de Jerusalém, e aprovada pelo Papa Honório III em 1226.

No século XVI, Santa Teresa de Ávila e São João da Cruz reformaram a congregação, processo do qual saiu, em 1593, o ramo dos Carmelitas Descalços.

A santa morreu em Alba de Tormes (Salamanca) no ano de 1582 e foi proclamada doutora da Igreja por Paulo VI em 1970.

OC

Partilhar:
plugins premium WordPress
Scroll to Top