Vaticano: Papa apresenta diálogo, encontro e oração como instrumentos para construção da paz

Francisco enviou mensagem aos líderes e representantes mundiais reunidos, em Madrid, para XXXIII Encontro de Oração pela Paz, promovido pela Comunidade de Sant’Egídio

Cidade do Vaticano 16 set 2019 (Ecclesia) – O Papa Francisco afirmou que a paz deve ser sempre trabalhada entre diferentes gerações e que o “diálogo, o encontro e a negociação” deverão fazer parte dessa construção contínua.

“Foi a oração pela paz que favoreceu a queda do muro de Berlim. A história bíblica lembra que os muros caem quando são cercados com oração e não com armas, com os anseios de paz e não de conquista, quando sonhamos com um futuro bom para todos. Por isso é necessário orar e dialogar sempre na perspetiva da paz: os frutos virão”, afirmou Francisco numa mensagem enviada aos participantes no XXXIII Encontro de Oração pela Paz, promovido pela Comunidade de Sant’Egídio, que termina esta terça-feira, na capital espanhola.

A paz, assegura o Papa, deve ser “continuamente incrementada de geração em geração através do diálogo, do encontro e da negociação”, deu conta aos líderes e representantes mundiais reunidos, em Madrid, sob o tema «Paz sem Fronteiras».

O Papa Francisco recordou a queda do Muro de Berlim, em novembro de 1989, que, na altura, terminou com a divisão de um continente e com o sofrimento de tantos, mas, indicou que “novas guerras, novos muros e novas barreiras” acontecem nas primeiras décadas do século XXI.

Sublinhou Francisco ser “insensato, para o bem dos povos e do mundo, fechar e separar os povos, opor-se uns aos outros, negar a hospitalidade aos necessitados e às famílias”.

“O mundo fica despedaçado, usando a mesma violência com a qual se arruína o ambiente e se danifica a casa comum, que pede, ao invés, amor, cuidado, respeito, assim como a humanidade invoca paz e fraternidade”, enviou na mensagem a Madrid.

A “casa comum” necessita de “portas abertas” para promover a comunicação e o encontro, e para rejeitar “muros que separam”, porque, sublinha “a paz não tem fronteiras”.

“A oração pela paz, neste tempo marcado por demasiados conflitos e violências, une-nos ainda mais, para além das diferenças, no nosso comum compromisso por um mundo mais fraterno”, enfatizou.

Relembrando “o passo importante” que foi a assinatura conjunta do «Documento sobre a Fraternidade humana para a paz mundial e a convivência comum», em fevereiro, em Abu Dhabi, juntamente com o Grande Imã de Al-Azhar, Francisco afirmou que “a fraternidade entre os crentes, além de ser uma barreira às inimizades e às guerras, é um fermento de fraternidade entre os povos”.

“As religiões nunca incitam à guerra e não solicitam sentimentos de ódio, de hostilidade, de extremismo, nem convidam à violência ou ao derramamento de sangue”, recordou a partir das linhas assinadas em fevereiro e que servem de fio condutor no encontro de Madrid.

“A oração une a todos num sentimento comum, mas sem nenhuma confusão. Próximos mas não confundidos. Porque o anseio pela paz é comum, na variedade de experiências e tradições religiosas”, afirmou.

O Papa assinalou ser um motivo de alegria contatar que este encontro, que começou em 1986, depois da Jornada Mundial de Oração pela Paz, convocada em Assis, por João Paulo II, continua sem “interrupção”, crescendo em número de participantes e em “frutos de bem”.

“É uma peregrinação que percorreu cidades para dar testemunho em todos os locais da força desse «espírito de Assis», de oração a Deus e promoção da paz entre todos os povos”, assinalou.

Francisco alertou ainda para um “momento sério” que o mundo atravessa e, por isso, necessita que “todos se unam para gritar que a paz não tem fronteiras, não tem fronteiras e que nasce dos corações”.

“É dos corações que devemos erradicar as fronteiras que dividem e se opõem. E é nos corações que devem ser semeados os sentimentos de paz e de fraternidade”, escreveu na mensagem divulgada pela Sala de imprensa da Santa Sé.

LS

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Agência ECCLESIA

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