Francisco passou em revista viagem de três dias ao Leste da Europa
Cidade do Vaticano, 08 mai 2019 (Ecclesia) – O Papa elogiou hoje a Macedónia do Norte, país que visitou esta terça-feira, pelo seu acolhimento aos refugiados e a sua capacidade de integrar na sociedade a diversidade étnica e religiosa.
Falando perante os peregrinos reunidos na Praça de São Pedro, para a audiência pública semanal, Francisco aludiu à “tradicional capacidade de acolher diferentes pertenças étnicas e religiosas” do país, independente desde 1991, bem como “o seu compromisso em acolher e socorrer um grande número de migrantes e refugiados, durante o período crítico de 2015 e 2016”.
“Acolhem-nos e amam-nos, isto é uma coisa grande deste povo”, realçou, pedindo um aplauso de todos os presentes no Vaticano.
Poucas horas depois de concluir sua 29ª viagem internacional, que o levou à Bulgária e Macedónia do Norte, entre domingo e terça-feira, o Papa passou em revista alguns dos momentos que mais o marcaram, evocando a “memória viva de São João XXIII”, que desempenhou missões diplomáticas da Santa Sé, em Sófia, durante uma década.
Francisco disse ter dado “um passo em frente” no encontro com o patriarca da Igreja Ortodoxa Búlgara, Neófito, e os membros do Santo Sínodo, recordando ainda a oração silenciosa diante da imagem sagrada dos dois santos irmãos Cirilo e Metódio (séc IX), que criaram um novo alfabeto e evangelizaram os povos eslavos.
“Também hoje há a necessidade de evangelizadores apaixonados e criativos, para que o Evangelho alcance aqueles que ainda não o conhecem e possa irrigar novamente as terras onde as antigas raízes cristãs secaram”, declarou.
O Papa agradeceu a “fé e o afeto” da minoria católica (menos de 1% da população nos dois países do Leste europeu).
A intervenção assinalou, em seguida, que a visita à Macedónia do Norte foi acompanhada pela “forte presença espiritual” de Madre Teresa, que nasceu em Skopje em 1910.
Nesta mulher, pequena mas cheia de força, graças à ação do Espírito Santo, vemos a imagem da Igreja naquele país e noutras periferias do mundo: pequena uma comunidade que, com a graça de Cristo, se torna um lar acolhedor onde muitos encontram alívio para a sua vida”
Francisco partilhou com os peregrinos a sua admiração pela “ternura evangélica” das irmãs de Santa Teresa de Calcutá, que apresentou como “um belo exemplo”.
“Nós, cristãos, às vezes perdemos a dimensão da ternura e quando não há ternura, tornamo-nos demasiados sérios, ácidos. Estas mulheres são doces na ternura, fazem caridade como deve ser feita”, disse.
Na saudação em francês, o Papa fez uma homenagem a Jean Vanier, “um grande homem de Igreja”, que morreu na terça-feira, e ressaltou sua obra pelos mais pobres e as pessoas com deficiência: “Que permaneça como um exemplo para todos nós e que ele nos ajude do céu”.
Francisco saudou ainda os peregrinos de língua portuguesa: “Que esta peregrinação seja para vós uma oportunidade de contemplar a beleza da fé e da união com Cristo, para viver plenamente a vossa vocação cristã. Que Deus vos abençoe! Obrigado”.
OC