Vaticano: Papa apela a paz «justa e estável» para a Ucrânia

Declarações surgem após envio de representantes a Moscovo e às regiôes afetadas pela destruição da barragem de Kakhovka

Foto: Lusa/EPA

Cidade do Vaticano, 30 jun 2023 (Ecclesia) – O Papa apelou hoje, no Vaticano, à criação de “caminhos de paz” para a Ucrânia, falando num encontro ecuménico com responsáveis do Patriarcado de Constantinopla (Igreja Ortodoxa).

“Como discípulos de Cristo, não podemos nos resignar à guerra, mas temos o dever de trabalhar juntos pela paz. A trágica realidade desta guerra que parece não ter fim exige de todos um esforço criativo comum para imaginar e concretizar caminhos de paz, rumo a uma paz justa e estável”, refere Francisco, numa intervenção entregue aos participantes na audiência desta manhã.

A delegação do Patriarcado Ecuménico de Constantinopla, liderada pelo arcebispo Job, da Pisídia (território na atual Turquia), tinha participado esta quinta-feira na celebração da solenidade de São Pedro e São Paulo; esta visita é retribuída pela Santa Sé, a 30 de novembro, com presença, em Istambul, de uma delegação para a celebração de Santo André, irmão do apóstolo Pedro.

“O clima deste encontro também nos leva a compartilhar preocupações; uma acima de todas, a da paz, especialmente na martirizada Ucrânia”, indicou Francisco.

O Papa considera que o conflito no leste da Europa mostra que todas as guerras são “desastres totais”

É uma guerra que, tocando-nos mais de perto, nos mostra como, na realidade, todas as guerras são apenas desastres, desastres totais: para os povos e para as famílias, para as crianças e para os idosos, para as pessoas obrigadas a deixar o seu país, para as suas cidades e aldeias, e para a criação, como vimos recentemente após a destruição da barragem de Nova Kakhovka”.

Foto: Vatican Media

As declarações acontecem num momento em que o esmoler pontifício, cardeal Konrad Krajewski, visita a Ucrânia em missão solidária e o cardeal Matteo Zuppi, arcebispo de Bolonha, se encontra em Moscovo, como enviado especial do Papa.

Francisco abordou ainda questões específicas da relação entre católicos e ortodoxos, em particular o que diz respeito ao exercício do primado papal, “no contexto da sinodalidade”.

“Não é possível pensar que as mesmas prerrogativas que o bispo de Roma tem em relação à sua diocese e às comunidade católicas sejam estendidas às comunidades ortodoxas”, assinalou.

OC

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