Vaticano: Papa apela a mundo sem armas nucleares

Tratado internacional para proibição deste armamento entra em vigor a 22 de janeiro

Cidade do Vaticano, 20 jan 2021 (Ecclesia) – O Papa saudou hoje a entrada em vigor, na próxima sexta-feira, do Tratado de Proibição de Armas Nucleares da Organização das Nações Unidas (ONU), após a sua ratificação por mais de 50 Estados, incluindo o Vaticano.

“Trata-se do primeiro instrumento internacional juridicamente vinculativo, que veta explicitamente estes armamentos, cuja utilização tem um impacto indiscriminado: atinge, em pouco tempo, uma grande quantidade de pessoas, e provoca danos ambientais com uma longuíssima duração”, referiu Francisco, no final da audiência geral que decorreu na biblioteca do Palácio Apostólico, com transmissão online.

O tratado foi adotado em 7 de julho de 2017 e entra agora em vigor após a sua ratificação por 51 Estados.

“Encorajo vivamente todos os Estados a trabalhar com determinação para promover as condições necessárias por um mundo sem armas nucleares, contribuindo para o avanço da paz e da cooperação multilateral, de que hoje a humanidade tem tanta necessidade”, pediu o Papa.

Em setembro de 2020, numa intervenção em vídeo para a 75ª Assembleia Geral das Nações Unidas, Francisco denunciou que “a corrida armamentista, incluindo às armas nucleares, continua a desperdiçar recursos preciosos”.

O Papa lamentou o “clima de desconfiança existente” no cenário global, convidando os responsáveis políticos a “apoiar os principais instrumentos jurídicos internacionais de desarmamento, não proliferação e proibição nuclear”.

O desarmamento nuclear tem sido uma preocupação do atual pontificado, que incluiu uma visita às cidades japonesas de Hiroxima e Nagasáqui, em novembro de 2019.

Na sua nova encíclica ‘Fratelli Tutti’, publicado em outubro de 2020, o Papa alertou sobre “a injustiça da guerra” e propõe a criação de um fundo mundial contra a fome, que seria financiado pelas atuais despesas militares.

“O objetivo final da eliminação total das armas nucleares torna-se um desafio, mas também um imperativo moral e humanitário”, escreveu.

A Santa Sé ratificou o Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares, o Tratado de Proibição Completa de Testes Nucleares e, mais recentemente, o Tratado sobre a Proibição de Armas Nucleares.

OC

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Agência ECCLESIA

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