Durante um encontro com membros do Conselho Pontifício para a Promoção da Nova Evangelização
Cidade do Vaticano, 12 out 2017 (Ecclesia) – O Papa defendeu a “condenação enérgica da pena de morte”, durante um encontro no Vaticano com membros do Conselho Pontifício para a Promoção da Nova Evangelização.
A audiência de Francisco com aquele organismo, publicada pelo serviço informativo da Santa Sé, teve como base os 25 anos da Constituição Apostólica ‘Fidei depositum’, documento que abriu espaço à promulgação do Catecismo da Igreja Católica.
Na sua intervenção, na Sala do Sínodo, o Papa argentino destacou a necessidade de uma Igreja Católica capaz de intervir nos desafios atuais da sociedade, e deu como exemplo a questão da “pena de morte”, uma “medida desumana que, independentemente do modo como for realizada, humilha a dignidade pessoal”.
Para Francisco, tem de haver na doutrina católica, “um espaço mais adequado e coerente” para abordar esta problemática”, que “não pode ficar reduzida à mera recordação histórica da doutrina”.
É preciso “fazer sobressair, por um lado, o progresso na doutrina operado pelos últimos Pontífices e, por outro, a renovada consciência do povo cristão, que recusa uma postura de anuência quanto a uma pena que lesa gravemente a dignidade humana”, salientou.
Durante a sua mensagem, Francisco lembrou o discurso de abertura do Papa João XXIII no Concílio Vaticano II, que salientava que o “dever” da Igreja Católica e dos crentes “é não só guardar este tesouro precioso” que é a fé, mas acompanhar “sem temor” os desafios “que o nosso tempo exige”.
“Esta é a graça que foi concedida ao Povo de Deus; mas é igualmente uma tarefa e uma missão, cuja responsabilidade carregamos: anunciar de modo novo e mais completo o Evangelho de sempre aos nossos contemporâneos”, acrescentou.
Francisco reconheceu a importância do Catecismo, enquanto expressão de uma Igreja que chegou às pessoas “com uma linguagem renovada” e que mostrou “a beleza da sua fé em Jesus Cristo”.
Na senda do Concílio Vaticano II, “não para condenar” mas para “iluminar novas situações e problemas”.
Algo que a Igreja Católica precisa de continuar a trabalhar, sem ficar presa ao “passado”.
“Não basta encontrar uma nova linguagem para expressar a fé de sempre; é necessário e urgente também que, perante os novos desafios e perspetivas que se abrem à humanidade, a Igreja possa exprimir as novidades do Evangelho de Cristo que, embora contidas na Palavra de Deus, ainda não vieram à luz”, concluiu.
JCP