Francisco sonhava ser missionário no território nipónico, na sua juventude
Cidade do Vaticano, 12 set 2018 (Ecclesia) – O Papa Francisco anunciou hoje no Vaticano a sua intenção de visitar o Japão em 2019, falando aos membros de uma associação nipónica, ‘Tensho Kenoh Shisetsu Kenshoukai’.
“Aproveitando esta visita, gostaria de vos anunciar a minha vontade de visitar o Japão no próximo ano. Esperemos que seja possível fazê-lo”, disse, numa audiência privada que decorreu antes do encontro público semanal com peregrinos, na Praça de São Pedro.
No seu discurso, divulgado pelo portal de notícias do Vaticano, o Papa desejou que “a religião, a cultura e o mundo económico possam colaborar pacificamente”, para criar “um mundo mais humano e caraterizado por uma ecologia integral”.
A associação japonesa promove projetos de solidariedade e cultura, tendo sido fundada em homenagem à primeira missão diplomática na Europa, organizada por jesuítas em 1585, com passagens por várias cidades, incluindo Lisboa.
A viagem do Papa Francisco ao Japão, em 2019, seria a primeira de um pontífice desde 1981, quando João Paulo II visitou o país, e a segunda na história.
Em 2017, o primeiro-ministro Shinzo Abe convidou o Papa para visitar o Japão, sublinhando o empenho comum por um mundo sem armas nucleares.
Após a expulsão dos missionários portugueses em 1639, o Cristianismo nipónico entrou numa vivência de clandestinidade que se prolongou até à reabertura do império ao Ocidente, na segunda metade do século XIX.
Os ocidentais encontraram então os ‘kakure kirishitan’, cristãos escondidos, em grupos dispersos e isolados que se congregavam sobretudo em áreas remotas, conservando a fé ao longo de várias gerações sem clero nem pessoal religioso.
Este é um fenómeno muito caro ao Papa Francisco, que na sua juventude sonhava ser missionário no Japão, algo que foi impossível devido aos seus problemas de saúde.
OC