Vaticano: Papa alerta para riscos de guerra nuclear

Francisco deixou apelo a cientistas, evocando conflitos e pobreza que atingem milhões de pessoas

Foto: Vatican Media

Cidade do Vaticano, 11 set 2022 (Ecclesia) – O Papa alertou este sábado para o risco de uma guerra mundial “total”, com recurso a armas nucleares, falando aos participantes na sessão plenária da Academia Pontifícia das Ciências.

“Os numerosos conflitos armados em curso são motivo de séria preocupação. Eu disse que era uma terceira guerra mundial ‘aos bocados’, mas hoje talvez possamos dizer total, e os riscos para as pessoas e para o planeta são cada vez maiores”, referiu, numa intervenção divulgada pelo Vaticano.

Francisco recordou São João Paulo II, Papa entre 1978 e 2005, o qual rezava para que o mundo fosse “preservado da guerra atómica”.

“Infelizmente, temos de continuar a rezar por esse perigo, que deveria ter sido afastado já há algum tempo”, assinalou.

Falando aos especialistas reunidos no Vaticano, o Papa sustentou que “é necessário mobilizar todo o conhecimento baseado na ciência e na experiência para superar a miséria, a pobreza, as novas escravidões e para evitar as guerras”.

“Os cientistas de todo o mundo podem unir-se numa comum disponibilidade de desarmar a ciência e formar uma força pela paz”, acrescentou.

Após as duas trágicas guerras mundiais, parecia que o mundo tinha aprendido a caminhar progressivamente para o respeito pelos direitos humanos, o direito internacional e as diversas formas de cooperação. Mas, infelizmente, a história mostra sinais de regressão”.

A plenária da Academia Pontifícia das Ciências tem como tema ‘Ciência básica para o desenvolvimento humano, a paz e a saúde planetária’.

Francisco alertou os participantes para “novas guerras de dominação, que atingem civis, idosos, crianças e doentes, e causam destruição em toda a parte”.

“Em nome de Deus, que criou todos os seres humanos para um destino comum de felicidade, somos chamados hoje a testemunhar a nossa essência fraterna de liberdade, justiça, diálogo, encontro recíproco, amor e paz, evitando alimentar ódio, ressentimento, divisão, violência e guerra”, apontou.

O Papa denunciou os crimes de tráfico de seres humanos e apelou a uma “conversão ecológica” da humanidade.

OC

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Agência ECCLESIA

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