Encontro com seminaristas italianos marcado por apelos à abertura e à luta contra desigualdades
Cidade do Vaticano, 07 fev 2022 (Ecclesia) – O Papa apelou hoje à abertura da Igreja Católica e ao compromisso na luta contra as desigualdades, falando numa audiência com seminaristas do Seminário Pontifício Lombardo em Roma.
“Por favor, não fiquemos barricados na sacristia e não cultivemos pequenos grupos fechados, onde nos podemos aconchegar e ficar sossegado”, advertiu Francisco, numa intervenção divulgada pela sala de imprensa da Santa Sé.
Falando aos futuros sacerdotes, o Papa destacou que “é necessário abrir, expandir o horizonte do ministério às dimensões do mundo”.
“Há um mundo que espera pelo Evangelho e o Senhor deseja que os seus pastores se conformem a Ele, carregando no coração e aos ombros as expectativas e os fardos do rebanho. Corações abertos, compassivos, misericordiosos”, indicou.
Francisco disse que os sacerdotes católicos devem ser “tecedores de comunhão”, atuando contra as desigualdades e “atentos aos sinais de sofrimento do povo”.
O discurso centrou-se na figura do Papa Pio XI, Achille Ratti (1857-1939), um dos primeiros alunos do Seminário Lombardo, evocando “sinais proféticos” do pontífice que foi eleito a 6 de fevereiro de 1922.
“Pio XI escolheu fazer a sua saudação já não dentro da Basílica, mas na varanda central. Ele queria que a sua primeira bênção fosse dirigida ‘Urbi et Orbi’, à cidade de Roma e ao mundo inteiro”, recordou.
O Papa defendeu que os novos padres devem ter também “o desejo de levar o Evangelho às ruas do mundo, aos bairros e lares, especialmente aos lugares mais pobres e esquecidos”.
“Testemunhas, gestos, como aquele primeiro gesto de Pio XI”, acrescentou.
Francisco citou ainda a encíclica ‘Quadragesimo anno’ de quase um século atrás, na qual Pio XI alertava contra a acumulação de riqueza e do poder nas mãos de poucos.
“Como isso é verdade e como é trágico agora, quando a distância entre os poucos ricos e os muitos pobres é cada vez maior”, lamentou o Papa.
OC