Francisco explicou que as pessoas são «mais sensíveis à afetividade, mais frágeis que as gerações anteriores», mas andam à procura «de sentido e verdade»
Cidade do Vaticano, 13 jan 2022 (Ecclesia) – O Papa Francisco recebeu hoje representantes da Ação Católica em França, refletiu sobre o método ‘ver, julgar e agir’ e pediu cuidado com as pessoas que os seus membros encontram hoje, particularmente os jovens.
“As pessoas que seus movimentos encontram – penso particularmente nos jovens – não são as mesmas de há alguns anos: São mais sensíveis à afetividade e, portanto, mais vulneráveis, mais frágeis que as gerações anteriores, menos enraizados na fé, mas, mesmo assim, em busca de sentido e verdade, e não menos generosos”, explicou o Papa, na audiência realizada na Sala Clementina, divulga o Vaticano.
Para Francisco é missão da Ação Católica “encontrar e aceitar as pessoas como elas são”, fazê-las crescer no amor a Cristo e ao próximo, para que possam ser protagonistas das suas próprias vidas e “da vida da Igreja, para que o mundo possa mudar”.
Ainda sobre o verbo ‘agir’, o terceiro momento da revisão de vida dos movimentos da Ação Católica, o Papa destacou que o Evangelho ensina que “a ação deve ter sempre a iniciativa de Deus”.
“O nosso papel é, portanto, apoiar e encorajar a ação de Deus nos corações, adaptando-se à realidade em constante mudança”, acrescentou.
‘Apóstolos hoje’ é o tema da peregrinação da Ação Católica francesa e o Papa começou por refletir sobre o que significa ser “apóstolos eficazes hoje”, a partir do episódio dos Discípulos de Emaús.
“Quando os discípulos caminham com Jesus no caminho de Emaús, começam lembrando os acontecimentos que viveram; depois reconhecem a presença de Deus nesses acontecimentos; Finalmente, agem regressando a Jerusalém para anunciar a ressurreição de Cristo”, desenvolveu.
O Papa assinalou que ‘ver’, a primeira etapa do método de revisão de vida da Ação Católica “é básica”, e consiste em observar os acontecimentos que formam as suas vidas, “o que constitui a história, as raízes familiares, culturais e cristãs”.
“A sutileza e a delicadeza da ação do Senhor nas nossas vidas às vezes impede-nos de compreendê-la no momento, e é preciso percorrer essa distância para compreender sua coerência”, explicou, indicando o número 249 da Encíclica ‘Fratelli Tutti’ – ‘Sem memória, nunca se avança; não se evolui sem uma memória íntegra e luminosa’.
Segundo Francisco, a segunda etapa ‘julgar’ ou discernir é o momento que se permitem “ser questionados, ser desafiados”, e entre os acontecimentos do mundo, da vida, e a Palavra de Deus podem “discernir os apelos que o Senhor faz”.
“Por favor, deem sempre um lugar importante à Palavra de Deus na vida de seus grupos. E igualmente um espaço à oração, à interioridade e à adoração”, pediu aos responsáveis da Ação Católica na França.
O Papa observou que os movimentos da Ação Católica desenvolveram, na sua história, “verdadeiras práticas sinodais”, especialmente na vida em grupo, “que é a base da sua experiência”, e afirmou que conta com esta contribuição para o atual processo sinodal na Igreja.
CB