Vaticano: Papa abre caminho a beatificação de sacerdote brasileiro filho de escrava

Bento XVI aprovou ainda publicação de decreto relativo a padre cubano que evocou na sua visita à ilha

Cidade do Vaticano, 10 mai 2012 (Ecclesia) – Bento XVI aprovou hoje a publicação do decreto que reconhece as ‘virtudes heroicas’ do padre brasileiro Francisco de Paula Victor (1827-1905), filho de uma escrava, conhecido pela sua ação junto dos mais desfavorecidos.

Esta é uma etapa do processo que leva à proclamação de um fiel católico como beato, e permite que, após o reconhecimento de um milagre atribuído à intercessão do sacerdote, tenha lugar a sua beatificação, penúltima etapa para a declaração da santidade.

O Papa autorizou ainda a promulgação, por parte da Congregação para as Causas dos Santos (CCS), do decreto de 14 de março sobre as virtudes heroicas do padre Félix Varela (1788-1853) professor, escritor, filósofo e político cubano nascido em Havana e falecido nos Estados Unidos da América.

O padre Varela, um dos precursores do movimento independentista de Cuba, foi evocado por Bento XVI a 28 de março, durante a sua visita à ilha caribenha, como alguém que indicou “o caminho para uma verdadeira transformação social”.

A CCS publicou também os decretos relativos a milagres de dois futuros beatos italianos e o reconhecimento do martírio de 37 católicos, 22 dos quais assassinados entre 1936 e 1937, durante a Guerra Civil Espanhola.

Outros 10 católicos foram declarados “veneráveis”.

Após a audiência concedida esta manhã ao cardeal Angelo Amato, prefeito da CCS, o Papa estendeu a toda a Igreja Católica o culto litúrgico em honra de Santa Hildegarda de Bingen (1089-1179), monja germânica da Ordem de São Bento que é assim inscrita no “catálogo dos santos”, adianta a sala de imprensa da Santa Sé.

A canonização, ato reservado ao Papa desde o século XIII, é a confirmação, por parte da Igreja Católica, que um fiel católico é digno de culto público universal e de ser apresentado aos fiéis como intercessor e modelo de santidade.

Nos primeiros séculos da Igreja, o reconhecimento da santidade acontecia em âmbito local, a partir da fama popular do santo e com a aprovação dos bispos.

OC

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