Vaticano: Operações financeiras consideradas «suspeitas» diminuíram 90% em quatro anos

Em 2018, duas contas foram bloqueadas, num valor global de 2,36 milhões de euros

Cidade do Vaticano, 21 mai 2019 (Ecclesia) – A Autoridade de Informação Financeira (AIF) do Vaticano divulgou hoje o relatório anual relativo a 2018, registando 56 operações “suspeitas”, menos 90% do que em 2015 (544).

A diminuição quantitativa, que segue a tendência de anos anteriores (150 em 2017; 207 em 2016), é acompanhada por um aumento da “qualidade” dos registos, disse em conferência o diretor da AIF, Tommaso Di Ruzza.

“Esta diminuição e tendência, em comparação com os anos anteriores, era previsível. A crescente qualidade dos relatórios de atividades suspeitas enviados à AIF e o aumento dos relatórios enviados pela AIF ao gabinete do promotor de Justiça são muito positivos”, referiu.

Em 2018, 11 relatórios foram transmitidos ao promotor de Justiça do Vaticano para investigações suplementares pelas autoridades policiais competentes; a própria AIF implementou medidas preventivas em cinco casos e bloqueou duas contas, num valor global de 2,36 milhões de euros.

“A cooperação internacional continua a ser um fator-chave”, sustenta Di Ruzza, indicando que “em 2018, a AIF assinou oito novos memorandos de entendimento” com entidades de jurisdições estrangeiras e trocou informações em 488 casos.

A AIF foi criada por Bento XVI, em 2010, para ser a autoridade competente da Santa Sé e do Estado do Vaticano para a supervisão do setor financeiro e a prevenção de branqueamento de capitais.

Em 2018, o Conselho do Conselho Europeu de Pagamentos aprovou o alargamento do âmbito geográfico da Área Única de Pagamentos em Euros (SEPA) ao Estado da Cidade do Vaticano e à Santa Sé.

René Bruelhart, presidente da AIF, disse aos jornalistas que “o resultado favorável do pedido de adesão da SEPA é um sinal positivo”.

“Ajuda a facilitar os pagamentos e harmonizar esses serviços. Além disso, demonstra os esforços da Santa Sé no fortalecimento da transparência financeira”, apontou.

OC

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Agência ECCLESIA

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