Vaticano: Monges trapistas que inspiraram filme «Dos homens e dos deuses» a caminho da beatificação

Papa Francisco reconheceu hoje martírio de vários católicos na Argélia

Cidade do Vaticano, 27 jan 2018 (Ecclesia) – O Papa Francisco aprovou hoje o decreto que aprova o martírio dos sete monges trapistas sequestrados e mortos na Argélia em 1996, abrindo caminho para a sua beatificação.

A história dos sete monges trapistas da Ordem Cisterciense da Estrita Observância, Christian de Chergé, Luc Docher, Christophe Lebreton, Michel Fleury, Bruno Lemarchand, Celestin Ringeard e Paul Favre-Miville, raptados e assassinados em Tibhirine, deu origem ao filme «Dos homens e dos deuses», realizador francês Xavier Beauvois.

Em abril de 2016 o Vaticano dava conta que o Papa Francisco escreveu o prefácio do livro ‘Tibhirine. L’heritage’ (Tibhirine. A herança), que recolhe testemunhos sobre os frutos da mensagem de paz e de convivência entre o cristianismo e o islão dos sete monges.

“Vinte anos após a sua morte, somos convidados a ser sinais de simplicidade e de misericórdia, no exercício quotidiano do dom de si, a exemplo de Cristo. Não haverá outro modo de combater o mal que tece a sua teia no nosso mundo”, referia, na altura, um texto divulgado pelo Vaticano.

O boletim da Sala de imprensa do Vaticano dá hoje conta da aprovação dos milagres de vários católicos, bem como do reconhecimento das virtudes heroicas e do martírio de sacerdotes e religiosas, decisão decorrente do encontro entre o Papa Francisco e o cardeal Angelo Amato, Prefeito da Congregação para a Causa dos Santos.

Para os altares sobe a beata Nazaria Ignazia March Mesa, fundadora espanhola da Congregação das Irmãs Missionárias Cruzadas da Igreja, que morreu em Buenos Aires, na Argentina, em 6 de julho de 1943.

O Papa também reconheceu os milagres atribuídos a Alfonsa Maria Eppinger, fundadora da Congregação as Irmãs do Santíssimo Salvador; Clélia Merloni, fundadora do Instituto das Apostolas do Sagrado Coração de Jesus; e Maria Crucifixa do Amor Divino fundadora das Apostolas do Sagrado Coração.

No total o Papa promulgou os decretos relativos a 23 novos beatos, entre eles d o Bispo de Orã, D. Pierre Claverie, da Ordem dos Frades Pregadores, e a leiga da Ordem Franciscana Secular, Verónica Antalm morta na Roménia aos 20 anos de idade, durante o regime comunista.

Também o padre italiano Ambrosio Grittani, fundador das Oblatas de San Benedetto Giuseppe Labre e da francesa Anna-Maria Maddalena Delbrêl serão novos veneráveis servos de Deus.

Entre os futuros santos estão duas agostinianas missionárias, as irmãs Caridade Álvarez e Esther Paniagua, assassinadas por ódio à fé durante as revoltas de 1994 na Argélia, levaram à morte de muitos estrangeiros, em especial de religiosos missionários que trabalhavam naquele país.

A beatificação representa, na Igreja Católica, a confirmação, por parte da Igreja, que um fiel católico é digno de culto diocesano e pode ser dado aos fiéis como intercessor, enquanto que a canonização e reconhecimento de santidade abre ao culto universal e o novo santo é apresentado como modelo de vida.

O processo tem uma primeira etapa na diocese em que faleceu o fiel católico; a segunda etapa tem lugar em Roma, onde se examina toda a documentação enviada pelo bispo diocesano.

Após exame da documentação efetuada pelos teólogos e especialistas, compete ao Papa declarar a heroicidade das virtudes/oferta da vida/martírio, a autenticidade dos milagres, a beatificação e a canonização.

OC/LS

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Agência ECCLESIA

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