Vaticano: «Humildade, pobreza e confiança», caraterísticas da Igreja «fiel a Deus», disse Francisco

Cidade do Vaticano, 15 dez 2015 (Ecclesia) – O Papa Francisco destacou hoje que os pobres são “a verdadeira riqueza da Igreja”, revelando que “humildade, pobreza e confiança no Senhor” são as características da “Igreja fiel” a Deus.

“Uma Igreja humilde, que não se vanglorie dos poderes, das grandezas. Humildade não significa uma pessoa abatida, fraca, com os olhos sem expressão, isso é teatro”, começou por explicar, na homilia da Missa a que presidiu na Capela da Casa de Santa Marta.

“Se não é capaz de dizer a si mesmo que é pecador e que os outros são melhores que você, você não é humilde. Se algum de nós tem o hábito de olhar para os defeitos dos outros e comentar, crê-se juiz”, disse Francisco.

A partir da liturgia do dia advertiu para as “tentações que podem corromper o testemunho”, o Papa realçou que a pobreza “é a primeira das bem-aventuranças”.

“Pobre no espírito quer dizer ser apegado somente às riquezas de Deus”, afirmou, alertando que a Igreja não deve viver “apegada ao dinheiro, pensar no dinheiro, em como ganhar dinheiro”.

“Como se sabe num templo da diocese para passar na Porta Santa diziam às pessoas que era preciso fazer uma oferta”, exemplificou Francisco, advertindo que esta “não é a Igreja de Jesus” mas dos chefes dos sacerdotes, “apegada ao dinheiro”.

Neste contexto, destacou o exemplo do diácono Lourenço, mártir no ano 258, que quando o imperador Valeriano pediu-lhe que entregasse “as riquezas da diocese (Roma) e não ser assassinado”, regressou com os pobres.

“Os pobres são a riqueza da Igreja. Se você tem um banco, é o dono de um banco, mas o seu coração é pobre, não apegado ao dinheiro, está ao serviço, sempre. A pobreza é este desapego para servir os necessitados, para servir os outros”, desenvolveu o Papa.

Na última característica apresentada na homilia matinal, Francisco perguntou se a confiança está “no poder, nos amigos, no dinheiro” ou no Senhor que prometeu como “herança” um “povo humilde e pobre” que confia no Seu nome.

“Humilde porque se sente pecador, pobre porque o seu coração é apegado às riquezas de Deus e se as tem é para serem administradas. Confia no Senhor porque sabe que pode garantir algo que lhe faça bem”, desenvolveu o Papa, na Capela da Casa de Santa Marta.

Francisco conclui incentivando que neste tempo de Advento, “nesta espera do Natal”, peçam “um coração humilde, pobre e, sobretudo, que confie no Senhor que jamais desilude”.

RV/CB

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