Vaticano: Francisco estabelece ministério de catequista

Documento vai ser apresentado a 11 de maio

Cidade do Vaticano, 05 mai 2021 (Ecclesia) – O Papa Francisco vai instituir um ministério de catequista, na Igreja Católica, através do decreto (Motu próprio) “Antiquum ministerium”, com publicação agendada para 11 de maio, anunciou hoje o Vaticano.

O Papa abordou a questão numa videomensagem aos participantes de uma conferência internacional sobre o tema, em 2018, na qual declarou que ser catequista é “uma vocação”.

“A vossa vocação de ser catequistas assume cada vez mais uma forma de serviço desempenhado na comunidade cristã e exige ser reconhecida como um verdadeiro e genuíno ministério da Igreja, do qual temos particularmente necessidade”, disse então.

O novo decreto vai ser apresentado aos jornalistas na próxima terça-feira, pelas 11h30 (menos uma em Lisboa), com a presença do arcebispo Rino Fisichella, presidente do Conselho Pontifício para a Promoção da Nova Evangelização e D. Franz-Peter Tebartz-van Elst, delegado para a Catequese deste organismo da Santa Sé.

O portal ‘Vatican News’ destaca que o motu próprio do Papa vai estabelecer formalmente o ministério de catequista, “desenvolvendo a dimensão evangelizadora dos leigos desejada pelo Concílio Vaticano II”.

Esta é a segunda decisão de Francisco sobre ministérios de leigos, em 2021: a 11 de janeiro, estabeleceu que as mulheres tenham acesso aos ministérios de Leitor e Acólito com o motu proprio ‘Spiritus Domini’.

O Papa referiu que assembleias do Sínodo dos Bispos “demonstraram a necessidade de se aprofundar doutrinalmente” este tema, “para que responda à natureza destes carismas e às necessidades dos tempos, e ofereça apoio oportuno ao papel de evangelização que diz respeito à comunidade eclesial”.

Francisco explicou ainda que, “no horizonte da renovação traçada pelo Concílio Vaticano II, há hoje uma urgência cada vez maior em redescobrir a coresponsabilidade de todos os batizados na Igreja, e em particular a missão dos leigos”.

O quinto capítulo do documento final da Assembleia Especial do Sínodo dos Bispos para a região Pan-Amazónica, realizado de 6 a 27 de outubro de 2019, “sinalizou a necessidade de pensar “novos caminhos para a ministerialidade eclesial”, falando de serviços eclesiais que não requeiram a ordem sacra [diaconado, presbiterado e episcopado] com estabilidade, reconhecimento público e envio por parte do bispo local.

Na sua mais recente Assembleia Plenária, em abril, a Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) iniciou uma reflexão sobre “ministérios laicais numa Igreja ministerial”, que vai continuar junto das instâncias diocesanas e das comissões episcopais.

D. José Ornelas, presidente da CEP, falou de ministérios específicos, ligados, por exemplo, a obras de caridade ou funções de acolhimento e de catequese nas comunidades católicas, além da presidência na ausência de sacerdotes.

“Queremos que toda a gente participe com ânimo novo, dentro da Igreja”, indicou o bispo de Setúbal.

OC

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