Vaticano: Fiéis lotam Praça de São Pedro após horas de espera

Ambiente é dominado pelas bandeiras da Polónia, que celebra canonização de João Paulo II

Octávio Carmo, enviado da Agência ECCLESIA ao Vaticano

Cidade do Vaticano, 27 abr 2014 (Ecclesia) – Centenas de milhares de fiéis reuniram-se desde as primeiras horas de hoje em volta do Vaticano, enchendo a Praça de São Pedro desde o início da manhã, para as canonizações de João XXIII e João Paulo II.

Os principais acessos ao pequeno Estado são dominados pelas cores da Polónia, terra natal de Karol Wojtyla (1920-2005), à imagem do que aconteceu em maio de 2011, aquando da sua canonização.

Várias outras bandeiras, incluindo de Portugal, dão colorido ao local, que se prepara para uma cerimónia histórica, presidida pelo Papa Francisco e concelebrada por Bento XVI, seu predecessor.

A Agência ECCLESIA acompanhou um grupo de peregrinos portugueses que chegou aos arredores do Vaticano antes da 4 da manhã e demorou mais de duas horas até chegar à Via da Conciliação, a avenida principal que liga Roma à Praça de São Pedro, após alguns momentos de tensão face ao aglomerado de pessoas.

Paula Silva e Sousa falou num “momento de grande emoção” pela canonização de João Paulo II, uma referência na sua juventude, lembrando que foi alguém que “olhou muito para Portugal”.

“Foi um Papa que marcou pela proximidade a todo o mundo”, acrescenta.

José Luis Ramos Pinheiro, administrador do Grupo Renascença, destaca por sua vez o “privilégio” de poder acompanhar o momento “único” em que “dois Papas canonizam dois Papas”.

“São dois Santos que nos tocam particularmente: João Paulo II veio de longe para abrir os sistemas europeus a Cristo, deixando que Ele entre na cultura, na economia, na política. A forma como tocou as consciências nos quatro cantos do mundo por onde andou é verdadeiramente extraordinária e é um Papa que diz muito a Portugal, a Fátima”, precisa.

O responsável destaca ainda a importância de João XXIII, o Papa que convocou o Concílio Vaticano II e “abriu portas” que os seus sucessores aproveitaram, deixando um “testemunho para todo o mundo”.

José António Silva e Sousa sublinha a importância que os dois novos santos tiveram “na história do século XX”, na Igreja e no mundo, com a “abertura” promovida por João XXIII e a “convergência” construída por João Paulo II.

“É uma oportunidade que temos de pensar sobre as trajetórias exemplares destes dois homens e tentar convertê-las, um pouco, no motor da nossa vida”, conclui.

A Missa das canonizações tem início marcado para as 10h00 (menos uma em Lisboa) e o espaço da celebração vai estar decorado com mais de 30 mil rosas do Equador, cujo presidente, Rafael Correa, se encontra no Vaticano.

OC

 

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