Vaticano fala em «primavera vocacional»

Números do Clero em 2001 superam os de 1961, contrariando as teorias da crise Os responsáveis da Congregação para o Clero da Santa Sé vieram hoje a público defender que a Igreja Católica vive, em várias partes do mundo, uma “promissora primavera vocacional”, apresentando os dados relativos ao número de padres em 2001 e em 1961 como prova dessa teoria. Apesar da escassez de clero que se vive em algumas regiões do globo, o número total de Bispos, padres e diáconos no mundo era, em 2001, de 439.850, número que supera os 406.509 de 1961 e dá razões para o optimismo do Papa e da Santa Sé. João Paulo II utiliza a expressão “primavera vocacional” na sua Carta de Quinta-feira Santa aos Sacerdotes, apresentada hoje no Vaticano. O secretário da Congregação para o Clero, arcebispo Csaba Ternyák, explicou em conferência de imprensa que o número de padres dedicados exclusivamente ao serviço paroquial “cresceu de modo ainda mais notável”: 212.095 estavam confiadas directamente a um padre, contra as 200.295 em 1978. 14% das actuais 216.736 paróquias foram criadas nos últimos 30 anos. No mundo a proporção de sacerdotes para cada católico é de 1 para cada 2.600; em relação ao número de paróquias confiadas a não-sacerdotes, o total é de 3371, o que representa uma percentagem de 1,55% das paroquias de todo o mundo. De acordo com o Secretariado Geral da Conferência Episcopal Portuguesa (Anuário Católico de Portugal, 2003), o nosso país conta com 9.404.000 católicos para um total de sacerdotes que ronda os 4.300. A relação é, assim, de 1 sacerdote para cada 2.200 católicos. A esmagadora maioria das paróquias é administrada pastoralmente por sacerdotes (4.322) e apenas perto de 40 (0,9%) são administradas por diáconos, religiosas e leigos. A Santa Sé reconhece uma quebra significativa no clero da Europa, mas adverte que “a quebra percebida em alguns países ocidentais não deve criar uma falsa ilusão: ela é proporcional ao envelhecimento progressivo da população local, ao fenómeno preocupante da quebra da natalidade e ao fenómeno cultural do aumento do secularismo”, disse o arcebispo Ternyák. Nos continentes mais jovens (ver os números apresentados) registou-se um crescimento no número de padres, “onde a cultura está menos afectada pela crise religiosa”, segundo este responsável. O arcebispo indicou ainda que o número de seminaristas duplicou desde 1978 (112.982 contra 63.882) e que a proporção de seminaristas que desistem baixou de 9,09% no início do Pontificado de João Paulo II para os actuais 6,93%. “Nunca na história da Igreja tivemos tantos seminaristas a estudar filosofia e teologia”, precisou. NÚMEROS Europa: 250.859 padres em 1961 – 206.761 em 2001 América Latina: 43.202 em 1961 – 63.159 em 2001 América do Norte: 71.725 em 1961 – 57.988 em 2001 Ásia: 25.535 em 1961 – 44.446 em 2001 África: 16.451 em 1961 – 27.988 em 2001 Notícias relacionadas • Carta do Santo Padre João Paulo II aos sacerdotes por ocasião da Quinta-feira Santa de 2004

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