Cidade do Vaticano, 23 mai 2017 (Ecclesia) – O Papa Francisco afirmou hoje que o “espírito mau” prefere uma Igreja “sem risco e morna” e que muitos consagrados foram perseguidos por terem denunciado “atitudes de mundanidade”.
“Uma Igreja sem mártires não dá nenhuma confiança, uma Igreja que não arrisca provoca desconfiança. Uma Igreja que tem medo de anunciar Jesus Cristo e afugentar os demónios, os ídolos, o outro senhor, que é o dinheiro, não é a Igreja de Jesus”, declarou, na Eucaristia a que presidu na Capela da Casa de Santa Marta.
Na homilia desta manhã, o Papa explicou que o espírito maligno “prefere uma Igreja tranquila, sem riscos”, uma Igreja dos negócios, que seja cómoda e “morna”.
Francisco deu como exemplo a realidade da América Latina onde “tantos, tantos homens e mulheres consagrados bons”, que não seguiam ideologias , eram chamados de “comunistas” e expulsos quando diziam: ‘Não, a Igreja de Jesus…’
“Pensemos no beato (Óscar) Romero, não? O que aconteceu por dizer a verdade”, exemplificou, recordando o bispo de El Salvador, assassinado a 24 de março de 1980.
Para Francisco, é necessário passar de uma “religiosidade que olha demasiado para os lucros” para uma religiosidade de fé e de proclamação: “Jesus é o Senhor.”
Neste contexto, incentivou a ler o capítulo 16 dos Atos dos Apóstolos para ver como o Senhor avança com a Igreja com a ajuda dos “seus mártires”, divulgou a Rádio Vaticano.
“Que todos nós tenhamos uma renovada juventude, uma conversão do modo de viver morno ao anúncio alegre que Jesus é o Senhor”, pediu o Papa, na conclusão da homilia.
CB/OC