Vaticano e bispos europeus contra instrumentalização e destruição de embriões humanos

O Vaticano manifestou esta Sexta-feira o seu descontentamento à luz verde dada pelo Parlamento Europeu ao financiamento das investigações sobre as células estaminais embrionárias com finalidade terapêutica. Em editorial no jornal oficial da Santa Sé, Osservatore Romano, a decisão europeia é qualificada “de erro fundamental” fundado sobre “uma concepção tragicamente utilitarista”, e exprimindo “um laicismo limitado” que “viola a dignidade do homem”. O Parlamento Europeu ratificou ontem, quinta-feira, o 7º programa-quadro para a investigação para o período 2007/2013, através do qual a UE apoia investigação e experiências científicas para aplicar em inovação tecnológica e na competitividade económica, nas telecomunicações, na tutela da saúde e dos consumidores. Em Outubro de 2005 a Alemanha, Áustria, Eslováquia, Itália, Malta e Polónia, assinaram uma “declaração de ética” que se opõe ao financiamento comunitário de tais investigações. Na Itália o novo governo acaba de levantar o seu veto, provocando um levantamento de escudos da Igreja e das correntes católicas no mundo político. Na passada quarta-feira, o Osservatore Romano acusava, o governo de Romano Prodi de “traír a identidade mais profunda da Itália”, e hoje, o mesmo jornal, considera a União Europeia, de “intolerante quando se trata de admitir as raízes cristãs da sua identidade”, e de pretender “reunir-se em redor de um laicismo invisual que nega as convicções religiosas da maioria da sua população, faz insulto à dignidade do homem e rejeita os princípios inscritos na natureza humana”. Bispos da Europa também contra Motivada por esta posição do PE a Comissão dos Episcopados da Comunidade Europeia (COMECE) assumiu também uma posição contra, justificando a sua oposição, explicando que este tipo de investigação levanta problemas éticos fundamentais e que são muitos os que estão contra a manipulação da vida e a sua utilização como matéria-prima. Sublinhando que não se trata apenas de uma posição católica, a Comissão dos Episcopados diz que a vida humana nunca deve ser instrumentalizada e manifesta oposição quanto à destruição de embriões humanos. No texto assinado pelo secretário-geral, a Comissão de Episcopados da Comunidade Europeia classifica como incompreensível que a investigação com embriões seja encorajada por verbas comunitárias. Por fim, a COMECE termina pedindo ao Parlamento Europeu e Comissão Europeia para reconsiderar a decisão e investir os seus esforços em outras investigações prioritárias e menos controversas.

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