A Filmoteca do Vaticano digitalizou o filme “Molokai”, de 1959, sobre a vida do Padre Damião, sacerdote que se dedicou ao tratamento dos leprosos, revela hoje o jornal da Santa Sé, L’Osservatore Romano.
A obra, a preto e branco, abre com a imagem de uma embarcação que navega no Oceano Pacífico, tendo a bordo Joseph de Veuster, sacerdote belga da Congregação dos Sagrados Corações de Jesus e Maria, que em 1873 partiu como voluntário rumo à ilha de Molokai, onde eram segregados os doentes de lepra.
A generosidade do Padre Damião, que morreu vítima da doença em 1889, depois de 16 anos junto dos leprosos, foi reconhecida por João Paulo II, que o beatificou em 1995, e por Bento XVI, que o canonizou (proclamou-o santo) em Outubro de 2009.
O filme, realizado pelo cineasta espanhol Luis Lucia, é caracterizada por “alguma ingenuidade narrativa”, refere Claudia Di Giovanni, que assinou o artigo publicado no jornal do Vaticano.
Segundo a autora, “Molokai” é um filme “religiosamente convencional” que obedece à linguagem cinematográfica do seu tempo.
O interesse da Filmoteca do Vaticano nesta obra “datada” reside na possibilidade de propor uma reflexão sobre a dedicação, sacrifício e luta contra o preconceito face a uma doença que durante muitos séculos foi considerada castigo divino e motivo de rejeição.
“Molokai” é um dos primeiros filmes do arquivo cinematográfico da Santa Sé, instituído no mesmo ano em que a película foi realizada.
A obra atraiu na altura a atenção das entidades eclesiais, tendo sido exibida pelo Vaticano e obtido um reconhecimento oficial por parte das Obras Pontifícias Missionárias, instituição pertencente à Igreja Católica.