Secretário do Conselho Pontifício para as Comunicações Sociais lembra avanços conseguidos, mas alerta para riscos da Internet
O Secretário do Conselho Pontifício para as Comunicações Sociais (CPCS), Mons. Paul Tighe, considera que é preciso ter em conta os riscos e potencialidades das redes sociais, sublinhando o grande avanço conseguido, nos últimos anos, no que diz respeito às possibilidades de manter as pessoas em contacto.
Este responsável falava à Rádio Vaticano, comentando as declarações do Arcebispo de Westminster, D. Vincent Nichols, que criticou o usos excessivo das redes sociais, bem como das SMS e dos emails – alertando para o risco de alienação e superficialidade nas relações, em ligação ao número de suicídio entre os jovens.
Mons. Tighe começa por destacar a diferença que sente, 25 anos depois de ter chegado pela primeira vez, a Roma, para falar, por exemplo, com os seus pais, na Irlanda. “Quando cheguei a Roma, era preciso ir ao centro, junto da central telefónica italiana, e esperar meia hora para encontrar uma linha telefónica. Hoje, pelo contrário, recebo todas as manhãs uma SMS dos meus pais”, relata.
Para o secretário do CPCS, este é um exemplo de como “os novos meios nos permitem manter relações que, noutros tempos, não seriam possíveis”.
Falando numa “bênção”, este responsável diz que hoje é ainda possível “estar muito mais informado sobre o que acontece no mundo e isso tem um potencial muito importante”.
Na sua mensagem para o Dia Mundial das Comunicações Sociais deste ano, lembra Mons. Tighe, o próprio Papa falou em termos “muito positivos” das potencialidades dos novos media para fazer comunidade e ajudar os jovens a manter e desenvolver amizades.
Ainda assim, diz o secretário do CPCS, é preciso distinguir o tipo de amizade de que estamos a falar: “Há jovens que dizem ter 200 ou 300 amigos no Facebook, mas não é a mesma coisa que ter um amigo verdadeiro, que está ao nosso lado, compreende, ajuda, desafia”.
Lembrando o caso de uma jovem britânica que se suicidou após ter sido maltratada numa rede social, o Bispo sublinha que, tal como afirmou o Papa, “quando estamos com as pessoas através dos novos meios de comunicação, devemos estar sempre alerta para respeitar o próximo”.
Por outro lado, indica D Tighe, “é muito importante que a Igreja procure apoiar a família, porque a comunicação no meio familiar continua a ser fundamental”.
“Não se trata de dizer aos jovens que não podem ter contactos digitais com as redes sociais, mas é necessário fazer que esses contactos não sirvam para separar o filho ou a filha da vida normal da família”, conclui.
Em Maio deste ano, o Vaticano criou um novo portal destinado às novas gerações, com aplicações para o iPhone e o Facebook, através do qual os utilizadores poderão trocar cartões virtuais do Papa, discursos e mensagens de Bento XVI.
Assinalando o 43.º Dia Mundial das Comunicações Sociais, este ano dedicado ao tema das novas tecnologias, foi disponibilizado “microportal” http://www.pope2you.net
A aplicação “Pope2You” para o Facebook, a rede social mais importante do mundo, permite receber mensagens de Bento XVI, fotos e postais, que podem ser partilhadas livremente.