Bispo auxiliar de Lisboa segue para a Santa Sé e espera colaborar na criação de «propostas pastorais inovadoras»
Cidade do Vaticano, 11 nov 2011 (Ecclesia) – A Nunciatura Apostólica em Portugal anunciou hoje que D. Carlos Azevedo, até agora bispo auxiliar de Lisboa, foi nomeado por Bento XVI como “delegado do Conselho Pontifício para a Cultura” (CPC), organismo da Santa Sé.
Em declarações à Agência ECCLESIA, o prelado fala num “momento de profunda alteração no estilo de serviço à Igreja”.
“Anima-me a vontade de estar ao serviço da relação entre culturas e nova evangelização, estética e espiritualidade, agora renovada na colaboração a dar às instituições eclesiais na criação de propostas pastorais inovadoras, a partir dos bens culturais”, observa.
D. Carlos Azevedo fala num “desafio às capacidades de organização” e admite “alguma experiência adquirida no campo da relação da fé com a cultura e na valorização do papel da memória para o futuro, em obediência à tradição viva da fé cristã”.
“Agradeço, muito reconhecido, esta prova de confiança”, acrescenta, antes de revelar que o convite da Santa Sé lhe foi colocado em abril deste ano.
“Sou chamado a concentrar o ministério num sector específico, sem a dispersão desgastante que caracterizou estes seis anos, levado a responder à diversidade de solicitações pastorais, na ordem social e cultural”, conclui.
O prelado, historiador de formação e membro da Academia Portuguesa de História, nasceu em Milheirós de Poiares, Santa Maria da Feira, a 4 de setembro de 1953.
Depois de estudar nos Seminários do Porto e no Instituto de Ciência Humanas e Teológicas, doutorou-se em 1986, na Faculdade de História Eclesiástica da Universidade Gregoriana, em Roma.
Durante a presença em Roma, colaborou na Secretaria de Estado do Vaticano, na secção de língua portuguesa.
O bispo foi professor da Faculdade de Teologia da Universidade Católica Portuguesa (UCP) desde 1987 e vice-reitor da instituição académica (2000-2004).
D. Carlos Azevedo presidiu à direção do Centro de Estudos de História Religiosa da UCP, de 1992 a 2001, e dirigiu a obra ‘Dicionário e História religiosa de Portugal’, editada pelo Círculo de Leitores, tendo sido também presidente da comissão científica para a publicação da Documentação Crítica de Fátima (1998-2008).
Em Portugal, o prelado organizou várias exposições de arte religiosa e dirigiu vários projetos editoriais de revistas e coleções de livros.
Foi nomeado por João Paulo II como bispo auxiliar de Lisboa a 4 de fevereiro de 2005 e ordenado no Porto, a 2 de abril de 2005.
Na Conferência Episcopal Portuguesa ocupou os cargos de secretário, presidente da Comissão Episcopal de Pastoral Social e membro da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais.
O CPC tem como missão favorecer “as relações entre a Santa Sé e o mundo da cultura, promovendo de modo particular o diálogo com as várias culturas”, a fim de que “os cultores das ciências, das letras e das artes se sintam reconhecidos pela Igreja como pessoas ao serviço da verdade, do bem e do belo”.
OC
Notícia atualizada às 13h03