Vaticano contesta congelamento de 23 milhões de Euros

Padre Federico Lombardi manifesta «espanto» perante decisão de tribunal italiano

O director da sala de imprensa da Santa Sé, padre Federico Lombardi, manifestou hoje o seu “espanto” perante a decisão de um tribunal de recurso que confirmou o “sequestro” de 23 milhões de Euros do Instituto para as Obras Religiosas (IOR).

“A notícia da confirmação, por parte do tribunal de apelo, pelo sequestro de forma preventiva de um depósito do IOR sobre uma conta do Credito Artigiano foi recebida com admiração”, refere um comunicado oficial.

A Procuradoria de Roma tinha confiscado o montante pertencente à instituição bancária do Vaticano, considerando que o IOR teria omitido a identificação dos beneficiários e a razão para as movimentações de capital.

A justiça italiana suspeita de branqueamento de capitais, acusando o IOR de não comunicar todos os dados – normas adoptadas em 2007 obrigam os bancos a fornecer a identidade dos autores e a natureza da transacção -, mas não de lavagem de dinheiro.

Para o Vaticano, estamos na presença de “um problema interpretativo e formal”, assegurando que “os responsáveis do IOR acreditam poder esclarecer todas as questões o mais rapidamente possível, nas sedes competentes”.

Anteriormente, os responsáveis da Santa Sé manifestaram a sua confiança no presidente do IOR, Ettore Gotti Tedeschi, e no seu director-geral, Paolo Cipriani.

Apesar de ser conhecido popularmente como o “Banco do Vaticano”, o IOR não tem objectivos especificamente bancários, pois os seus lucros são destinados a actividades religiosas e foi definido como uma “entidade central” da Igreja pelo Tribunal de Primeira Instância da Santa Sé, em 1987.

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