Vaticano: Congresso debate importância do Concilio Vaticano II para a reflexão mariana

Prefeito da Congregação para a Causa dos Santos recorda que foi a partir de 1962 que ganhou força a noção «trinitária de Maria»

Cidade do Vaticano, 07 set 2012 (Ecclesia) – A Basílica de Santa Maria Maior, em Roma, está a acolher até ao próximo domingo o 23.º Congresso Mariológico Mariano Internacional, iniciativa centrada no impulso que o Concílio Vaticano II deu à reflexão sobre a Mãe de Deus.

Na conferência de abertura do encontro, publicada esta quarta-feira pelo serviço informativo da Santa Sé, o prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, cardeal Angelo Amato, recordou a importância da última grande reunião conciliar, entre 1962 e 1965, já que foi nela que surgiu a noção “trinitária de Maria”.

O cardeal italiano referiu especificamente o capítulo VIII da Constituição Dogmática sobre a Igreja “Lumen Gentium” (Luz dos Povos), um dos mais importantes textos saídos do Concílio Vaticano II, que destacou a missão de Maria enquanto “geradora do Filho de Deus, filha predileta do Pai e sacrário do Espirito Santo”.

Num ano em que a Igreja Católica assinala o 50.º aniversário daquele encontro conciliar, o prelado referiu que “como semente lançada sobre a boa terra”, a reflexão daquela época “possibilitou o desenvolvimento da pesquisa mariana, transformando-a em planta fecunda de flores e frutos”.

A edição deste ano do Congresso, organizado pela Academia Pontifícia Mariana Internacional, tem como tema “A Mariologia a partir do Concílio Vaticano II: Receção, Balanço e Perspetivas”.

De acordo com o cardeal Angelo Amato, para além do “novo impulso” que a década de 1960 trouxe à reflexão teológica sobre Maria, é preciso não esquecer o contributo deixado pelos papas Paulo VI (1897 – 1978) e João Paulo II (1920 – 2005), que dedicaram a esta matéria “numerosas encíclicas, cartas apostólicas e mensagens, além de homilias e ciclos catequéticos”.

Um trabalho que, acrescentou, é agora continuado por Bento XVI que, “num dos primeiros atos do seu ministério, promulgou o Compêndio do Catecismo da Igreja Católica”, que inclui também “uma catequese mariana”.

Em termos de investigação, o prefeito da Congregação para a Causa dos Santos sublinhou ainda a relevância de instituições como “a Faculdade Pontifícia Teológica Marianum e a Academia Pontifícia Mariana Internacional, famosas no mundo inteiro pela quantidade de publicações e conferências dedicadas a Maria”.

D. Angelo Amato concluiu o seu discurso salientando que a metodologia da pesquisa mariana “deve ser rigorosa no recorrer às fontes, deve evidenciar o seu intrínseco caráter relacional, porque em Maria tudo está relacionado com Deus Trindade, com a Igreja e com a humanidade”.

Os participantes do 23.º Congresso Mariológico Mariano Internacional preenchem os dias com duas reuniões matutinas seguidas por trabalhos de grupo durante a tarde.

Para sábado está marcado um encontro de oração com Bento XVI, na residência pontifícia de Castel Gandolfo, próxima de Roma.

News.va/JCP

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