Vaticano condena preconceitos contra os ciganos

O Conselho Pontifício para a Pastoral dos Migrantes e Itinerantes (CPPMI) considera que a sociedade actual deve ser capaz de superar os tabus e preconceitos em relação às populações ciganas, que considera vítimas de “marginalização”. A posição é apresentada num documento de oito páginas, nascido após a reunião dos directores nacionais da Pastoral para os Ciganos, em Dezembro do ano passado. Entre as recomendações agora apresentadas pode ler-se que “a Igreja deve, em certo sentido, tornar-se cigana entre os ciganos, para que estes possam participar plenamente na vida eclesial”. O CPPMI lamenta a falta de uma aproximação “específica e especializada” da Igreja e dos seus responsáveis em relação aos ciganos. Pede-se, por isso, que as comunidades cristãs se deixem “enriquecer” pela presença destas populações, com forte aposta na pastoral das vocações, peregrinações, formação cristã e preparação dos sacramentos, admitindo mesmo a criação de esquemas “não habituais”. Os ciganos, conhecidos por distintos nomes – rom, sinti, manouches, kalé, yeniches, zíngaros, etc. – são um grupo étnico específico que provavelmente teve sua origem na zona ocidental da Índia, e cujo número só na Europa oscila entre os 9 e 12 milhões, com concentração no Leste europeu. A Santa Sé presta uma atenção pastoral especial aos ciganos desde 1965, após a I Peregrinação Internacional dos Ciganos a Roma, que deu origem ao Secretariado Nacional de Apostolado Cigano. Em 1998, João Paulo II criou o Conselho Pontifício para a Pastoral dos Imigrantes e Itinerantes, confiando-lhe, através da constituição apostólica Pastor Bonus, a tarefa de “se empenhar para que nas Igrejas locais se ofereça uma eficaz e apropriada assistência espiritual”. A 4 de Maio de 1997, os ciganos assistiram à beatificação do mártir espanhol Ceferino Jiménez Malla, primeiro cigano elevado à honra dos altares.

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Agência ECCLESIA

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