Vaticano condena ameaças contra Yasser Arafat

O Cardeal Angelo Sodano, Secretário de Estado do Vaticano, condenou as ameaças israelitas de eliminar o líder palestiniano Yasser Arafat. “Em que legislação do mundo é possível uma acção semelhante?”, perguntou o responsável em declarações ao jornal “La Reppublica”. O número 2 do Vaticano defende que a solução do conflito na Terra Santa exige “a aplicação do direito internacional”. “Os povos criaram um direito, inclusive em tempos de guerra. A nossa civilização deve avançar e não retroceder”, afirmou o cardeal, falando à margem da inauguração do “Marcianum”, um novo centro escolar e universitário promovido pelo Patriarcado de Veneza. O cardeal assumiu que, no plano internacional “não podemos ter duas medidas de. A lei internacional é válida para a Itália, para o Iraque, para Israel, para a Palestina”, recordando que há resoluções das Nações Unidas e que estas têm de ser aplicadas. Já no dia 22 de Março, o porta-voz da Santa Sé, Joaquín Navarro-Valls, condenara em nota oficial os “assassinatos selectivos” levados a cabo pelo exército israelita. Apesar desta situação, o cardeal Sodano não está pessimista, assegurando que há muitos sinais de esperança no horizonte. “Esperemos que as nossas grandes nações, ricas de tanta civilização, saibam encontrar uma solução, e será tarefa da Europa e dos EUA ajudar o Iraque”, disse. No que diz respeito à situação no Iraque, o cardeal italiano considerou que agora é o momento de solidariedade. “Este é o momento de ajudar o Iraque”, sublinhou. O prelado criticou ainda a possibilidade de os membros do Conselho de Segurança da ONU vetarem resoluções tendentes a estabilizar a situação na região “O veto é algo absurdo. Deveria desaparecer, pois foi fruto do pós-guerra, durante a Guerra Fria pode ter tido função, mas hoje é um anacronismo. Por isso, mais do que falar da ONU, eu falo dos Estados que são membro da ONU”, indicou.

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