«Não somos ilhas, estamos no mundo para viver à imagem de Deus: abertos, necessitados dos outros»
Cidade do Vaticano, 12 jun 2022 (Ecclesia) – O Papa afirmou hoje no Vaticano que a celebração da solenidade da Santíssima Trindade, este domingo, “não é tanto um exercício teológico” uma revolução na forma de viver”.
“A Trindade ensina-nos que nunca se pode estar sem o outro. Não somos ilhas, estamos no mundo para viver à imagem de Deus: abertos, necessitados dos outros e necessitados de ajudar os outros”, indicou, antes da recitação do ângelus, desde a janela do apartamento pontifício.
Francisco desafiou os peregrinos reunidos na Praça de São Pedro a “viver com os outros e para os outros”.
“Eu, que professo a fé em Deus Pai e Filho e Espírito Santo, realmente acredito que para viver preciso dos outros, preciso de me doar aos outros, preciso de servir os outros? Afirmo isto com palavras ou com a vida?”, declarou.
O Deus trino e único, queridos irmãos e irmãs, deve ser mostrado assim, com ações mais do que com palavras. Deus, que é o autor da vida, é transmitido menos através dos livros e mais através do testemunho de vida”.
O Papa apontou ao exemplo das pessoas “boas, generosas” que cada um conhece, como uma lição do que significa amar: “Não apenas querer o bem e fazer o bem, mas antes de tudo, na raiz, acolher os outros, dar lugar aos outros, dar espaço aos outros”.
Francisco deixou votos de que, na vida de cada dia, os católicos sejam um “reflexo” da Trindade, na sua forma de “falar, de encontrar, de responder, de julgar, de perdoar”.
No final do encontro de oração, o Papa evocou a beatificação da irmã Paschalis Jahn e outras nove religiosas mártires, vítimas do exército soviético, em 1945, “por ódio à fé”.
A cerimónia decorreu este sábado, na Polónia.
“Estas dez religiosas, conscientes do perigo que corriam, permaneceram junto aos idosos e aos doentes que assistiam. Que o seu exemplo de fidelidade a Cristo nos ajude a todos, especialmente os cristãos perseguidos em várias partes do mundo, a testemunhar o Evangelho com coragem”, disse Francisco, pedindo um aplauso para as novas beatas.
OC