Vaticano: Cardeais chegam às periferias

Francisco alarga Colégio Cardinalício a países como o Haiti, o Burquina Faso, a Nicarágua ou a Costa do Marfim

Cidade do Vaticano, 22 fev 2014 (Ecclesia) – O Papa vai criar hoje os primeiros cardeais do seu pontificado, com prelados das “periferias” a que Francisco se tem referido várias vezes, como o Haiti, o Burquina Faso, a Nicarágua ou a Costa do Marfim.

A lista dos 16 novos cardeais eleitores, com uma média de 67 anos de idade, inclui responsáveis da Cúria Romana e várias dioceses, vindos de 12 países, metade dos quais sem representação anterior neste lote: além dos quatro citados, o Chile e a Coreia do Sul passam a ter prelados no Colégio Cardinalício.

Entre os novos cardeais passam a estar três dos seis mais jovens, com menos de 60 anos: D. Pietro Parolin (59), secretário de Estado do Vaticano; D. Gérald Cyprien Lacroix (56), arcebispo do Quebeque (Canadá); D. Chibly Langlois (55), bispo de Les Cayes (Haiti).

Francisco escreveu a todos os novos cardeais, frisando que “o cardinalato não significa uma promoção nem uma honra nem uma condecoração, é simplesmente um serviço que exige ampliar o olhar e alargar o coração”.

Segundo o Papa, para “poder olhar mais longe e amar mais universalmente com maior intensidade”, cada cardeal deve “seguir o mesmo caminho do Senhor: o caminho do abaixamento e da humildade, tomando a forma de servo”.

A lista inclui vários dos mais diretos colaboradores de Francisco, como o já referido secretário de Estado e o secretário-geral do Sínodo dos Bispos, D. Lorenzo Baldisseri, além de D. Gerhard Ludwig Müller, prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, e D. Beniamino Stella, prefeito da Congregação para o Clero.

O Papa vai criar 12 cardeais de dioceses de quatro continentes, dos quais apenas dois são europeus: D. Vincent Nichols, arcebispo de Westminster (Grã-Bretanha), e D. Gualtiero Bassetti, arcebispo de Perugia-Città della Pieve (Itália).

Aos prelados do Haiti e do Canadá somam-se outros quatro do continente americano: D. Leopoldo José Brenes Solórzano, arcebispo de Manágua (Nicarágua); D. Orani João Tempesta, arcebispo do Rio de Janeiro (Brasil); D. Mario Aurelio Poli, arcebispo de Buenos Aires (Argentina), que sucedeu ao Papa nesta sede episcopal; D. Ricardo Ezzati Andrello, arcebispo de Santiago (Chile).

D. Jean-Pierre Kutwa, arcebispo de Abidjan (Costa do Marfim), e D. Philippe Nakellentuba Ouédraogo, arcebispo de Ouagadougou (Burquina Faso) chegam de África, enquanto D. Andrew Yeom Soo jung, arcebispo de Seul (Coreia do Sul), e D. Orlando B. Quevedo, arcebispo de Cotabato (Filipinas) representam o continente asiático.

Além dos novos eleitores, Francisco decidiu criar cardeais três arcebispos eméritos que “se distinguiram pelo seu serviço à Santa Sé e à Igreja”: D. Loris Francesco Capovilla, antigo secretário de João XXIII; D. Fernando Sebastián Aguilar, arcebispo emérito de Pamplona (Espanha); D. Kelvin Edward Felix, arcebispo emérito de Castries (Santa Lúcia, Antilhas).

Apesar de haver referências anteriores ao título, é no século XI que os cardeais passam a ter uma função mais próxima do que são hoje: conselheiros específicos que podem ser consultados quando o Papa o desejar, pessoal ou colegialmente.

OC

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