D. António Augusto Azevedo adianta aspetos que podem estar em propostas «para o futuro da Igreja»
Roma, 12 out 2018 (Ecclesia) – O presidente da Comissão Episcopal das Vocações e Ministérios apresentou a realidade portuguesa no Sínodo dos Bispos 2018, falando de “renovação pastoral” e do alargamento do “conceito de vocação”.
“Somos um caso de um país ocidental onde a questão vocacional fresa alguma preocupação, e que requer uma renovada pastoral vocacional”, adiantou D. António Augusto Azevedo, em declarações concedidas hoje à Agência ECCLESIA.
O bispo auxiliar do Porto realçou a “necessidade de alargar o conceito de vocação”, considerando que “está excessivamente conotado com a vocação sacerdotal ou religiosa”.
Neste contexto, D. António Augusto Azevedo salientou que a assembleia sinodal também já estava a pensar numa proposta que vai nesse sentido.
“Todo o jovem tem uma vocação, todo o jovem há de sentir que Deus o pode ajudar a realizar os projetos de felicidade. Essa é a raiz básica da vocação, certamente para quem tem fé, tem horizontes mais largos”, desenvolveu.
O grupo de trabalho de língua portuguesa no Sínodo dos Bispos 2018 identificou o tema das “escolhas de vida” como um “fio condutor” que deve estar presente no documento conclusivo desta assembleia sinodal, nas primeiras propostas apresentadas esta semana, após sete dias de trabalhos.
“É importante que o sentido da escolha seja um apeto distintivo desta fase da juventude, das grandes escolhas, e que sejam feitas com liberdade e iluminadas pela fé”, acrescentou D. António Augusto Azevedo.
Este sínodo não encara a reflexão numa perspetiva apenas colocando os jovens fora ou defronte, são protagonistas, intervenientes, e têm palavra a dizer para que missão se cumpra, estão no centro da vida da Igreja.
O bispo português acrescenta que os jovens no pré-sínodo, em março, refletiram sobre esse assunto e também no círculo de língua portuguesa: “Como pode a Igreja ajudar os jovens a fazer escolhas com o que significa de exercício de liberdade, formação de projeto de vida e como expressão de uma vida que se quer expressão do Evangelho”.
A 15.ª assembleia ordinária dos Sínodo dos Bispos, dedicada aos jovens, a fé e o discernimento vocacional, termina a 28 de outubro.
Para o presidente da Comissão Episcopal das Vocações e Ministérios da CEP há aspetos em que se pode avançar, uma vez que qualquer proposta “para o futuro da Igreja, para o trabalho pastoral”, terá de ter “muita atenção às linguagens” e novas tecnologias, para não correr o “risco de passar ao lado”.
D. António Augusto Azevedo, neste âmbito, realça “o valor da necessidade da coerência, transparência e confiança”, que é quase uma “palavra de ordem”.
“É decisivo voltar a estabelecer laços de confiança com a Igreja. Credibilidade que passará sempre pelo exemplo e há que valorizar bons exemplos de tanta gente que vive com coerência a sua fé”, acrescentou.
A Conferência Episcopal Portuguesa está representada também na assembleia pelo presidente da Comissão Episcopal do Laicado e Família, onde está a o setor da juventude, D. Joaquim Mendes, bispo auxiliar de Lisboa, que é o relator do grupo de língua portuguesa
Pela primeira vez o português é uma das seis línguas oficiais do Sínodo dos Bispos, D. António Augusto Azevedo valorizou e destacou que foi algo “bem-recebido por todo o sínodo”.
CB/OC