Vaticano: Batizar as crianças é um «ato de justiça», diz o Papa

Francisco presidiu ao Batismo de 32 bebés, na Capela Sistina, assinalando o fim do tempo litúrgico do Natal

Foto: Vatican News

Cidade do Vaticano, 12 jan 2020 (Ecclesia) – O Papa presidiu hoje na Capela Sistina, do Vaticano, ao Batismo de 32 bebés, filhos de funcionários do Vaticano, e pediu aos seus pais que os eduquem na fé católica, a partir do “exemplo” de casa.

“Batizar um filho é um ato de justiça, para ele, porque nós, no Batismo, damos-lhe um tesouro, um penhor, o Espírito Santo”, declarou, numa breve homilia, improvisada.

Francisco sublinhou que, após a celebração deste Sacramento, “a criança sai com a Espírito Santo dentro de si, que o defenderá e ajudará durante toda a sua vida.

“Por isso é importante batizá-los desde criança, para crescerem com a força do Espírito Santo”, sustentou.

Esta foi a sétima vez no atual pontificado que o presidi Papa presidiu na Capela Sistina à festa do Batismo do Senhor, com a qual se encerra o tempo litúrgico do Natal no calendário católico.

“Procurai que cresçam com a luz e a força do Espírito Santo”, recomendou aos pais e padrinhos presentes na Eucaristia.

À imagem do que aconteceu nas anteriores ocasiões, o Papa teve uma palavra especial para as mães, para que se sentissem confortáveis caso tivessem necessidade de amamentar os filhos, num ambiente estranho para eles, por causa da vestes e do calor

“As crianças não estão habituadas a vir à Sistina, é a primeira vez”, gracejou.

Francisco brincou ainda com a “vocação coral” dos bebés, capazes de criar um “concerto”.

“É uma bela pregação, quando uma criança chora na Igreja”, afirmou.

Foto: Vatican News

A cerimónia decorreu seguindo os vários ritos previstos no Sacramento do Batismo para os pequenos Genebra, Margarida, Clara, Matias, Emanuel, Mateus, Luís Filipe, Leonardo, Irene, Karol, Helena, Jasmim, Jacob, André, Roberto, Ricardo, Mattia Martina, Matilde, Júlia, David, Constância e Sara, Celeste, Antonela e José – nalguns casos, os nomes repetiram-se; entre o grupo havia dois pares de gémeos.

Ao longo de quase duas horas, a celebração incluiu a invocação dos santos, a oração do exorcismo, a unção pré-batismal, a oração e a invocação sobre a água, a renúncia a Satanás e a profissão de fé, a aspersão com água benta, a unção com o óleo da Crisma, a entrega da veste branca e da vela acesa.

Por causa da configuração da Capela Sistina, com o altar colocado sob a representação do Juízo Final, de Michelangelo, o Papa celebrou “versus Deum” e não de frente para a assembleia.

Já desde a janela do apartamento pontifício, após a recitação da oração do ângelus, o Papa pediu orações para os recém-batizados e as suas famílias.

Foto: Lusa/EPA

Antes da recitação da oração do ângelus, Francisco referiu que Jesus é batizado “para que se cumpra toda a justiça, se realize o desígnio do Pai, que passa através do caminho da obediência filial e da solidariedade com o homem frágil e pecador”.

Na festa do Batismo do Senhor, o Papa convidou os presentes a “redescobrir” o seu próprio Batismo, como “irmãos de tantos irmãos” e “investidos de uma grande missão”, para anunciar a sua fé, com “humildade” e “mansidão”.

“É triste dizê-lo, mas quantos discípulos se pavoneiam”, lamentou.

O pontífice desafiou os católicos a “fazer o bem sem se mostrar” aos outros.

“Na ação missionária, a comunidade cristã é chamada a ir ao encontro dos outros, propondo sempre e não impondo, dando testemunho, partilhando a vida concreta das pessoas”, apelou.

O Papa insistiu na necessidade de que cada católico saiba quando foi batizado e “festejar, no coração”, essa data, todos os anos.

“Que Maria Santíssima nos ajude a compreender cada vez mais o dom do Batismo e a vivê-lo com coerência, nas situações de todos os dias”, concluiu.

OC

Notícia atualizada às 11h05

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Agência ECCLESIA

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