Encontro de oração na Praça de São Pedro dedicado à relação entre dinheiro e solidariedade
Cidade do Vaticano, 22 set 2019 (Ecclesia) – O Papa Francisco disse hoje no Vaticano que os católicos devem “transformar bens e riquezas em relacionamentos”, seguindo os ensinamentos de Jesus Cristo, que rejeitava a idolatria do dinheiro.
“As pessoas valem mais do que as coisas e contam mais do que a riqueza que possuem”, declarou, desde a janela do apartamento pontifício, antes da recitação dominical da oração do ângelus.
Perante milhares de pessoas reunidas na Praça de São Pedro, num dia de chuva, Francisco observou que a riqueza pode levar a “erguer muros, criar divisões e discriminar”, e que Jesus, pelo contrário, convida os seus discípulos a “mudar de rumo”.
A intervenção partiu da passagem do Evangelho de São Lucas lida nas igrejas católicas de todo o mundo, neste domingo, a chamada parábola do “administrador desonesto”, que antes de ser demitido, chama os devedores do seu patrão para lhes reduzir as dívidas e ganhar a sua amizade.
“Isto é fazer-se amigo da corrupção, como infelizmente acontece ainda hoje”, apontou o Papa.
A intervenção assinalou que a “riqueza desonesta” é o dinheiro, “também chamado de ‘esterco do diabo’ – e, em geral, bens materiais”.
“Na vida, frutificam não aqueles que têm muitas riquezas, mas aqueles que criam e mantêm muitos vínculos, muitos relacionamentos, tantas amizades através das diferentes riquezas, isto é, os diferentes dons com os quais Deus nos dotou”, destacou o pontífice.
Francisco disse que é necessário “transformar riquezas em instrumentos de fraternidade e solidariedade”, com a sabedoria de “quem se reconhece como filho de Deus e se põe em jogo pelo Reino dos Céus”.
“Que a Santíssima Virgem nos ajude a ser astutos, garantindo-nos não o sucesso mundano, mas a vida eterna, para que, no momento do julgamento final, as pessoas necessitadas que ajudamos possam testemunhar que nelas vimos e servimos ao Senhor”, declarou.
Após a oração do ângelus, o Papa saudou os participantes na ‘Via Pacis’, uma corrida que percorreu as ruas de Roma nesta manhã com “uma mensagem de paz, fraternidade e, acima de tudo, diálogo entre diferentes culturas e religiões”.
Francisco recordou ainda que no próximo domingo a Igreja Católica vai celebrar o Dia Mundial dos Migrantes e Refugiados, ocasião na qual vai presidir a uma Missa na Praça de São Pedro.
“Convido-vos a participar nesta celebração para expressar a nossa proximidade com migrantes e refugiados de todo o mundo através da oração”, concluiu.
OC