Inquérito online, reunião pré-sinodal, presença de bispos chineses e novo ordenamento entre os factos inéditos que antecederam assembleia sinodal
Cidade do Vaticano, 03 out 2018 (Ecclesia) – O Vaticano acolhe a partir de hoje a assembleia do Sínodo dos Bispos dedicada aos jovens, marcada por novidades na sua preparação, como um inquérito online ou a reunião pré-sinodal, e no seu desenvolvimento.
A 15ª assembleia geral ordinária do Sínodo dos Bispos, com o tema ‘Os jovens, a fé e o discernimento vocacional’, decorre de hoje a 28 de outubro, por decisão do Papa Francisco.
O encontro conta pela primeira vez com a presença de dois bispos católicos da China, após o acordo provisório entre a Santa Sé e Pequim que visa regularizar a situação da comunidade eclesial no país asiático.
Este é também a primeira assembleia que decorre com o novo enquadramento jurídico determinado pelo Papa, após a publicação da constituição apostólica ‘Episcopalis Communio’ (Comunhão Episcopal), que reforça o papel do Sínodo dos Bispos, sublinhando a importância de continuar dinâmica do Concílio Vaticano II.
A Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) está representada pelos presidentes das Comissões que acompanham Pastoral Juvenil e Vocações: D. Joaquim Mendes – bispo auxiliar de Lisboa e presidente da Comissão Episcopal do Laicado e Família – e D. António Augusto Azevedo – bispo auxiliar do Porto e presidente da Comissão Episcopal das Vocações e Ministérios.
Na preparação para este encontro consultivo de representantes dos episcopados católicos, o Vaticano promoveu um questionário online e uma reunião pré-sinodal, com jovens de várias confissões religiosas, em março de 2018, acompanhada nas redes sociais por 15 mil pessoas.
Francisco preside esta manhã à Missa inaugural, na Praça de São Pedro, seguindo-se, de tarde, a sessão de abertura dos trabalhos, com uma oração e a saudação inicial do pontífice.
A assembleia sinodal conta com 267 representantes dos episcopados católicos, além de especialistas e convidados, entre eles 34 jovens, com idades dos 18 aos 29 anos.
O documento de trabalho, divulgado em junho, defende uma pastoral vocacional que ultrapasse a ideia de “recrutamento” de padres e religiosas.
O texto questiona uma “visão redutora do termo vocação”, que cria um “forte preconceito nos jovens, os quais veem na pastoral vocacional uma atividade destinada exclusivamente ao ‘recrutamento’ de sacerdotes e religiosos”.
O ‘guião’ da assembleia do Sínodo dos Bispos sublinha a preocupação das novas gerações com a implementação da “tolerância zero” para abusos sexuais e económicos na Igreja Católica.
O mesmo texto assume uma cisão com os jovens em questões ligadas à sexualidade e sublinha necessidade de trabalhar uma visão cristã do corpo, com referência inédita a jovens LGBT.
Desemprego, redes sociais, pobreza e educação entre as questões apontadas pelo documento de trabalho, que contou com mais de 100 mil respostas a questionário online
Para sábado está previsto um encontro de festa entre os participantes do Sínodo de 2018, dedicado às novas gerações, e os jovens, no Vaticano.
OC