Papa assinala solenidade da Imaculada Conceição, desafiando católicos a preservar «graça original»
Cidade do Vaticano, 08 dez 2022 (Ecclesia) – O Papa pediu hoje orações pela paz, em particular na Ucrânia, falando aos peregrinos reunidos para a recitação do ângelus, no Vaticano, na solenidade da Imaculada Conceição.
“Nada é impossível a Deus. Com a ajuda de Deus, a paz é possível, o desarmamento é possível, mas Deus quer a nossa boa vontade. Que Nossa Senhora nos ajude a converter-nos aos desígnios de Deus”, disse, desde a janela do apartamento pontifício.
Este foi o primeiro compromisso público desta solenidade: de tarde, Francisco desloca-se à Basílica de Santa Maria Maior, em Roma, para rezar diante do ícone da ‘Salus Populi Romani’, antes de se dirigir à Praça de Espanha para a tradicional homenagem diante da imagem da Virgem Maria, pelas 16h00 (15h00 em Lisboa).
Esta é uma tradição com décadas, levando os Papas junto à imagem de Nossa Senhora, colocada no alto de uma antiga coluna romana, na qual é colocada uma grinalda de flores.
O monumento foi criado pelo arquiteto Luigi Poletti e pelo escultor Giuseppe Obici, em homenagem ao dogma da Imaculada Conceição, proclamado pelo Papa Pio IX em 1854.
A homenagem foi feita de forma privada, nos últimos dois anos, devido à pandemia.
“Peço que se unam espiritualmente a mim, neste gesto, que exprime a devoção filial à nossa Mãe, a cuja intercessão confiamos o desejo universal de paz, em particular pela martirizada Ucrânia, que sofre tanto”, referiu o Papa, no Vaticano.
A reflexão inicial abordou o sentido da solenidade litúrgica deste dia 8 de dezembro, no qual Maria “descobriu a sua identidade mais verdadeira”.
“Algo semelhante também pode acontecer connosco. Em que sentido? No sentido de que também nós, pecadores recebemos, um dom inicial que encheu as nossas vidas, um bem maior do que qualquer coisa, uma graça original”, sustentou.
Hoje temos uma boa notícia: Maria, a única criatura humana sem pecado na história, está connosco na luta, ela é nossa irmã e, sobretudo, nossa mãe. E nós, que lutamos para escolher o bem, podemos confiar-nos a ela”.
Francisco sublinhou a importância desta “graça original”, recebida no Batismo, e que anima a luta contra o mal, em toda a vida.
O Papa reforçou o seu convite a conhecer e celebrar a data do próprio Batismo, que evoca o “bem maior” da vida dos católicos, a presença de Deus.
“Quando as coisas não andam bem e ficamos desanimados, quando ficamos abatidos e corremos o risco de nos sentir inúteis ou errados, pensemos nisto, na graça original”, acrescentou.
Francisco encerrou a sua intervenção convidando os presentes a consagrar-se a Maria, para redescobrirem a sua “beleza original”.
“Confiemo-nos hoje a Maria, todos os dias, repetindo: ‘Maria, a ti confio minha vida, a minha família, o meu trabalho, o meu coração e as minhas lutas. Eu me consagro a ti’”, recomendou.
O dogma da Imaculada Conceição de Maria foi proclamado a 8 de dezembro de 1854, através da bula ‘Ineffabilis Deus’, do Papa Pio IX, na qual declara a santidade da Virgem Santa Maria desde o primeiro momento da sua existência, sendo preservada do pecado original.
OC