União Europeia: Sociedade civil deveria ter sido «mais envolvida» na presidência portuguesa – Patrícia Fonseca

Presidente da Plataforma Portuguesa das Organizações Não-Governamentais para o Desenvolvimento (ONGD) faz balanço positivo do último semestre

Lisboa, 02 jul 2021 (Ecclesia) – Patrícia Fonseca, presidente da Plataforma Portuguesa das Organizações Não-Governamentais para o Desenvolvimento (ONGD), disse à Agência ECCLESIA que a presidência portuguesa da União Europeia teve “balanço positivo” mas esperava mais intervenção da sociedade civil. 

“Tenho de afirmar que consideramos um balanço positivo, Portugal teve um contexto especialmente adverso, o que dificultou processos políticos e impossibilitou outros, mas de forma geral apesar deste contexto entendemos que Portugal sai bem destes seis meses em que liderou a União Europeia (UE)”, afirmou a responsável em declarações à Agência ECCLESIA.

Patrícia Fonseca quis destacar algumas prioridades que Portugal conseguiu avançar, nomeadamente, “Europa mais verde”, promovendo a UE como líder na ação climática, e “Europa global”, com o objetivo de promover uma Europa mais aberta ao mundo, defendendo parcerias internacionais pro desenvolvimento.

“Também a prioridade dada ao desenvolvimento humano, seja no apoio nas áreas da educação e saúde, no papel fundamental na erradicação da pobreza e concretização dos objetivos do desenvolvimento sustentável, depois o conselho da UE reconheceu a necessidade de centrar a atenção nos países de baixo rendimento e países frágeis e isso parece-nos relevante e de assinalar na presidência portuguesa”, destaca.

A presidente da Plataforma Portuguesa das ONGD defendeu ainda que a “aproximação da sociedade civil” poderia ter sido melhor. 

“No nosso entender havia espaço para fazer mais e para a sociedade civil estar mais envolvida, esteve ausente destes processos e mesmo as organizações da sociedade civil não estiveram em muitas das iniciativas da presidência”, aponta.

Quanto aos aspetos negativos desta presidência portuguesa, Patrícia Fonseca aponta que “não avançou a negociação da patente das vacinas da Covid para travar o vírus”, que seria importante para os países em vias de desenvolvimento, e “não houve progressos em matérias de migrações”, sendo um dos temas mais “fraturantes entre os estados membros”.

Agência Ecclesia/MC

A responsável refere que a Plataforma participou em reuniões de trabalho de forma geral mas considera que “poderia ter sido uma participação mais forte caso houvesse essa possibilidade”.

“Tivemos um trabalho muito forte de articulação e colaboração com o Instituto Camões, que é a Agência Portuguesa de Desenvolvimento, teve grande relevo na presidência neste setor e o trabalho conjunto correu muito bem mas, chegando ao fim, ficamos com a sensação que as organizações da sociedade civil teriam muito mais a dizer”, defende. 

Durante os seis meses da presidência portuguesa a Plataforma “cumpriu” o objetivo de “trazer ao espaço público as suas preocupações” e desenvolveu várias ações em que foram convocados “uma pluralidade de intervenientes”, de destacar o “Por uma Europa aberta, justa e sustentável no mundo” entre janeiro e junho de 2021.

SN

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