Uma pastoral litúrgica para todos

Mostrar que a liturgia é para todos e não se encontra fechada nos rituais semanais. Foi com este propósito que as Comissões de Pastoral Litúrgica e de Música Sacra da diocese da Guarda organizaram o II Encontro Diocesano de Pastoral Litúrgica. Se o primeiro encontro, em 2006, foi um sucesso, 2008 voltou a encontrar novo entusiasmo. O Pe. José Dionísio, Responsável pelas Comissões de Pastoral Litúrgica e Música Sacra, dá conta à Agência ECCLESIA do desafio constante de mostrar a liturgia como “mais do que um rito”. A liturgia tem na base uma celebração. Mas não se pode limitar aos actos litúrgicos. A vivência da fé “pede implicações na vida e na prática da caridade”. Mas a prática “exige uma vivência plena para que a possamos partilhar”. O responsável afirma que este é um combate que nunca está ganho, pois “todos criamos hábitos e rotinas e por isso, na vivência de cada semana litúrgica, precisamos de fazer o esforço para um maior aprofundamento”. Os secretariados têm o constante desafio de “ajudar as pessoas a viver melhor a sua fé nas celebrações das suas comunidades”. A vivência diária das pessoas não oferece um contexto favorável à prática litúrgica. O Pe. José Dioníso aponta dois quadros: ou cai-se no extremo da «pseudo criatividade» quando se tem sistematicamente de fazer diferente em algo que nos é familiar para que “não seja uma seca” ou no extremo do ritualismo, frio e distante “que tem adeptos, mas não é o que Deus quer para a nossa vivência da fé”. Os rituais bem feitos e celebrados “dão trabalho”, constata o responsável. Factos que “tiram tempo às pessoas carregadas com muitas solicitações”. Mas a diocese da Guarda aposta na competente formação. A Escola Diocesana de Ministérios Litúrgicos começou em 2006 com aulas de música sacra. No ano passado deu inicio ao curso de leitores. O Secretariado Diocesano de Liturgia acredita que apostando na formação se desenvolve “um trabalho sério”, com “jovens, crianças e adultos competentes” explicando o propósito da liturgia que não é “um teatro qualquer”. Os participantes do II Encontro Diocesano de Pastoral Litúrgica foram na sua larga maioria leigos. Um bom sinal, indicando que a liturgia não se resume ao interesse de religiosos e sacerdotes. O Pe. José Dionísio aponta que estes encontros “são frutos dos cerca de 14 fins de semana de pastoral litúrgica organizados pela diocese”. A boa participação deve-se a esta descentralização. Mas há sempre quem apareça pela primeira vez. E essas estreias são encaradas como um sinal positivo porque nunca é tarde para se despertar para este trabalho que “nunca está feito”. Na preparação do encontro a organização teve o cuidado de convidar pessoas “altamente competentes”, mas que “souberam cativar os participantes” e por isso mostraram que “a liturgia é vida e mais do que uma disciplina reservada a uma elite – é para todos”. Seguindo as linhas do Segundo Concílio do Vaticano “pede-se a participação de todos”, sublinha o responsável. O Pe. José Dionísio adianta que 2009 poderá acolher novo encontro. O sucesso e a participação são factores que contribuem para um projecto anual.

Partilhar:
plugins premium WordPress
Scroll to Top