Uma Nova Europa

Lisboa assistiu à reconciliação de um Continente com o seu destino O Encontro Europeu promovido em Lisboa pela Comunidade de Taizé foi vivido com intensidade por milhares de jovens europeus e por outros tantos milhares de pessoas, de todas as idades, que não resistiram às propostas de oração, silêncio e reflexão que a comunidade ecuménica fundada pelo Irmão Roger trouxe até nós. Pode-se dizer, sem medo de exageros, que Lisboa sentiu na última semana, o sopro do Espírito. Como refere o Ir. Emile no balanço que traça nesta edição da Agência ECCLESIA, o mundo está acostumado a olhar com desconfiança para os seus jovens, pelo que não poderia deixar de causar espanto a maneira como os mais de 40 mil participantes se deixaram seduzir por um desafio aparentemente tão simples como o de rezar, em conjunto, como cristãos. Apesar das diferenças e das riquezas que este Encontro trouxe até nós, foi possível constatar que muitos não se aperceberam, verdadeiramente, da dimensão do acontecimento que juntou católicos, protestantes e ortodoxos; que reuniu em Lisboa, como irmãos, os povos desavindos da Sérvia, Croácia e Bósnia; que acolheu como seus os filhos do Leste, até há alguns anos irremediavelmente afastados da “nossa” Europa. A reconciliação, nalguns casos, começou entre nós, longe dos locais de origem. Muitos insistiram em mostrar as notícias de sempre, as personagens de sempre, a espuma da onda, como se a avalanche que sacudiu Lisboa não fosse, desta vez, diferente da do “Euro 2004” ou do “Rock in Rio”. Caberá dizer que mesmo algumas Dioceses do nosso país deixaram que esta oportunidade lhes passasse ao lado. Durante uma semana, o Espírito de Taizé passou por nós e serviu de consolo num momento particularmente dramático para o mundo, ainda incrédulo perante a dimensão do drama no sudeste asiático. Jovens, crianças e adultos abraçaram-se num sentido encontro de gerações como há muito não se via. Ao longo de manhãs e tardes preenchidas com orações e momentos de reflexão, numa organização impecável, os peregrinos de toda a Europa mostraram como é possível estar atento aos sinais de esperança e de fé na nossa sociedade. Com o seu testemunho, cumpriram o objectivo a que se tinham proposto: devolver o gosto por Deus e pela vida, aprofundar a fé e olhar com confiança para os novos desafios. Obrigado! Octávio Carmo – AE Testemunhos Acolher “O desafio de acolher estes jovens permitiu-nos alargar as paredes da nossa casa, entendermos uma dimensão de família cristã um pouco maior. Foi bonito ver pessoas que nem sequer são praticantes a participar nesta dinâmica e abrir as suas portas ao EEJ: assim vemos que há muitos que, não estando na Igreja, afinal estão com ela. Ganhámos ainda uma dimensão de universalidade: a consciência de que há jovens cristãos por toda a Europa que encarnam a esperança de que o mundo pode ser diferente”. Pe. Vítor Gonçalves, pároco de Vila Franca de Xira Parar “Vim até aqui para entrar bem em 2005, a nível espiritual, e preparar-me para construir um grupo em Paris. Neste Encontro podemos, verdadeiramente, ir ao coração da nossa fé e partir para novos desafios. Taizé significa uma verdadeira comunhão de corações que estão no mesmo caminho em direcção a Deus e isso é reconfortante” Cristophe, França Comunhão “Passei o ano a reza pela paz e pelo meu povo, na Croácia. Somos todos cristãos e estivemos a rezar juntos porque devemos aprender a viver em comunhão. Nestes dias lembramo-nos de todas as pessoas do mundo, de modo especial as que mais sofreram com esta catástrofe no sudeste asiático. Espero que esse espírito permaneça nos nossos países”. Robert, Croácia Comunidade “Uma experiência deste género, de grande número, ajuda sempre a perceber que as pessoas não estão sozinhas nesta caminhada. Por outro lado, ver culturas tão diferentes unidas numa fé comum faz com que as pessoas tenham confiança. Quem passou por aqui vai, no futuro, abrir os seus horizontes no que diz respeito à capacidade de acolhimento, da simplicidade, de construir uma Igreja mais calorosa”. Diác. Rui Barnabé, Aveiro Amizade “De todos os encontros em que participei, este é o que me pareceu ter melhor organização. Os espaços são espectaculares. Aqui, com Taizé, podemos encontrar tudo: amigos, espiritualidade, serenidade, paz”. Isabel, Espanha Diversidade “Vivi a experiência de Taizé este verão e agora estou cá para partilhar este momento com o meu grupo. É a primeira vez que venho a um Encontro Europeu e levo a melhor das impressões, por ver a diversidade de pessoas e de percursos que aqui confluíram. Os jovens partilham muitas coisas, na sua fé, e isso enriquece-nos a todos”. Andriel, Burkina Fasso Aprender “Qualquer biografia de fé é preciosa para os outros. Para mim é importante testemunhar a minha fé para permanecer fiel às minhas raízes, para me lembrar do meu primeiro amor pelo Cristianismo. O Cristianismo ocidental mostrou-nos a paixão do movimento Fé e Luz, que dedica uma atenção especial ao cuidado das crianças com deficiência. Sem o testemunho dos nossos irmãos do Ocidente, as pessoas com deficiência estariam ainda mais exluídas das nossas igrejas”. Olga, Rússia Paz “A Comunidade de Taizé é um sinal de paz. O meu primeiro Encontro foi no ano 2000 e nessa altura foi muito difícil porque estávamos a sair da guerra e não tínhamos todos a mesma opinião, pelo que não acreditava que todas as nações pudessem ser irmãs. Taizé mostrou-me que não há divisões, não há blocos, não há ortodoxos de um lado e católicos ou protestantes do outro. Somos todos cristãos”. Pedrag, Sérvia Rezar “Passar o ano a rezar pela paz foi muito importante para mim, sei que foi muito melhor sentir o amor de Deus do que ir a uma discoteca. No meu coração estiveram todas as pessoas do meu país. A experiência em Portugal foi maravilhosa e tenho a certeza de que irei regressar”. Ioana, Roménia Lições “Aquilo que fomos aprendendo ao longo das várias visitas a Taizé tivemos oportunidade de o aplicar no nosso país, o que é especial. Aprendemos muito na oração, no silêncio e no confronto com os outros, que nos ensinam muito sobre a sua e a nossa vida, sobretudo no que diz respeito a ultrapassar as dificuldades”. Pedro, Portugal – Porto Respeito “Os portugueses têm sido excepcionais, muito acolhedores, sempre dispostos a ajudar. Este foi o meu primeiro Encontro Europeu e tenho a certeza de que irei voltar a participar, porque aqui aprendemos a respeitar as outras religiões”. Felix, Alemanha Cultura “Já tinha estado em vários Encontros europeus de Jovens antes, mas a dimensão cultural nunca tinha sido tão cuidada como desta vez. Também esta experiência é interessante, conhecer o povo, a sua cultura”. Vicente, Espanha Fraternidade “Esta é uma oportunidade única para nós, que vimos de tão longe, para estarmos com outros povos e perceber que é possível viver todos unidos. A diferença de país ou de religião não impede que sejamos todos irmãos”. Tanya, Bielorússia

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Agência ECCLESIA

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