Leonor João, Agência ECCLESIA
A notícia chegou há uma semana e deixou (ainda mais) o mundo de olhos postos na família real britânica. A princesa de Gales, Kate Middleton, anunciou que foi diagnosticada com cancro, numa partilha que a todos surpreendeu. Teorias, rumores e boatos caíram por terra e deram lugar a uma onda de apoio a uma mulher, mãe e filha que também é princesa.
A exposição que acarreta o lugar que ocupa faz esquecer que Kate é mais do que um elemento da coroa britânica, é humana, tem fragilidades e problemas reais como qualquer pessoa. Durante meses, o desaparecimento da princesa da vida pública e a comunicação ambígua do palácio de Kesington levaram à criação de suposições alimentadas pelas redes sociais e curiosidade permanente em desvendar o mistério.
Não sou diferente e também eu tive interesse em perceber o que tinha acontecido a Kate, uma mulher que só precisava de tempo para gerir um diagnóstico difícil e contar aos filhos que a mãe está doente. Precisava de privacidade, um direito discutido por muitos e que para uma princesa não é, de todo, fácil de manter.
“Nesta altura, também penso em todos cujas vidas foram afetadas pelo cancro. Para todos os que enfrentam a doença, seja qual for a forma, por favor não percam a fé nem a esperança. Não estão sozinhos”, disse a princesa de Gales no final do vídeo, onde partilhou o estado de saúde. O testemunho de Kate junta-se a muitos outros que pelo mundo atravessam a doença que cada vez mais afeta gerações mais novas.
Cada um de nós tem, teve ou conhece alguém cuja esta doença afetou. Que esta partilha nos faça olhar para esses e para todos os que enfrentam duras realidades no dia a dia e a quem não damos tanta atenção.
“Não é conveniente que o homem esteja só”. Foi este o título da mensagem do Papa Francisco para o 32º Dia Mundial do Doente, celebrado a 11 de fevereiro. Vale a pena refletir sobre ele e perceber se estamos tão curiosos em perceber se o outro está bem como em inventar sobre o que se passa na casa ao lado.
O primeiro cuidado de que necessitamos na doença é uma proximidade cheia de compaixão e ternura. Por isso, cuidar do doente significa, antes de mais nada, cuidar das suas relações, de todas as suas relações: com Deus, com os outros – familiares, amigos, profissionais de saúde –, com a criação, consigo mesmo” – Papa Francisco
Que a bondade e a humanidade passem a ser valores centrais na nossa vida e não deixemos que a solidão e o desprezo levem a melhor.