Uma marca global

Podemos afirmar isto? O que quer dizer? Afinal, o que se quer dizer com marca? E que vantagens poderá uma análise desta trazer? Recuemos um pouco no tempo para percebermos o que estamos a dizer. As peregrinações tiveram a sua origem como estrutura social e cultural na Idade Média e, desde esses tempos, os Santuários marianos destacaram-se como espaço de confluência das peregrinações espirituais e pastorais, tendo, na actualidade, um carácter mundial. E já sabemos que estes santuários estão inscritos no que se denomina por turismo cultural e, mais especificamente, por turismo religioso. Então, também os santuários entraram numa era na qual concorrem uns com os outros, no sentido de que as escolhas são diversas e conhecidas das diferentes pessoas. É lógico, com efeito, o destaque concedido aos Santuários marianos, enquanto espaço privilegiado de procura e encontro, quer do foro espiritual, quer do foro religioso. De facto, e numa abordagem de marketing, podemos afirmar que os santuários são uma marca. Isto é, são uma ideia, um lugar, uma organização e um conjunto de serviços. Um Santuário e a sua mensagem constituem uma marca. E quando olhamos um Santuário pelo prisma do marketing, estamos a responsabilizar-nos mais pelo seu cuidado, pela sua cada vez melhor adequação aos interesses dos peregrinos. Estamos a reflectir sobre o Santuário e a sua mensagem, começando pelo seu verdadeiro propósito, e a discernir qual será a melhor maneira de comunicar com as pessoas. Estamos a fazer um exercício de melhorar e transparecer cada vez mais a mensagem do Santuário. E, assim, permitir que as pessoas se encontrem mais com Deus naquele espaço! Fátima enquanto marca, e marca global. A globalização é um processo quase que irreversível de “reconfiguração do mundo”. Sem dúvida, e independentemente da avaliação subjectiva que cada um teça, que a globalização originou um crescente aumento de desafios a todos os níveis. Esta aproximação de culturas e crescentes meios na troca de informação e deslocação das pessoas, possibilitados pelo progresso económico e tecnológico, originou uma curiosidade adicional e procura de novos saberes e estilos de vida. E vários são os grupos da sociedade que procuram conhecer e aproximar-se de outras famílias religiosas. As diferentes escolhas acontecem mesmo ao nível da religião ou até, e em larga escala, residem na questão de aderir, ou não, a uma religião. Mas, afinal, quais poderão ser os benefícios ao olharmos Fátima como uma marca. E enquanto marca forte, conhecida por tantos, uma marca à escala global? Trata-se de… gentes que são atraídas. Segundo a literatura “pagã” do marketing, as marcas fortes podem constituir um estímulo forte na atracção de gente diferente. E quando as pessoas se encontram no momento de decisão sobre o sítio onde ir, uma ida a Fátima em família, por exemplo, é sempre o resultado mais provável se Fátima for uma marca conhecida por todos. Quanto mais a maca Fátima for específica, diferenciadora, quanto mais as pessoas encontrarem nela motivos que tornam Fátima mais importante e única, mais gente virá a este local. Mais pessoas farão de Fátima um provável local de chegada, um porto seguro para um dia-a-dia com agitação. É necessário ajudar as pessoas neste processo de decisão. Neste processo de escolha para que se torne mais explícito e simples que vale a pena vir a Fátima. Mas a análise sobre Fátima enquanto marca não é só benéfica pois ajuda os peregrinos, ou turistas, a decidirem-se por Fátima. Já dissemos que um Santuário e a sua mensagem constituem uma marca. E não há dúvida que a crescente importância que recai sobre esta marca, vai influenciar não poucas pessoas a pararem e olharem para este local e esta mensagem… afinal, o que trás de novo? Num mundo cada vez mais complexo e onde existe liberdade religiosa, as pessoas, em geral, tomam consciência das diferentes opções religiosas que lhes são oferecidas, quer ao nível da religião, quer ao nível da comunidade concreta. E os espaços marianos, e a mensagem que trazem ao nosso mundo podem ser, incondicionalmente, o “ar fresco” por que tantos anseiam. E na medida em que mais difundida for essa mensagem, mais pessoas poderão encontrar o seu caminho original de encontro com o Pai. Encontrarão tranquilidade e paz nas palavras e na sua vivência. Portanto, ao tornarmos Fátima “mais marca”, estamos a ser mais mensageiros. Quem não aceita o desafio de Fátima, uma marca global? Madalena Abreu, Professora do Instituto Superior de Contabilidade e Administração de Coimbra

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