Uma década de trabalho pela Igreja num caminho diferente

Movimento Fraternitas celebra 10 anos de existência Uma década de existência, dois anos de aprovação por parte da Conferência Episcopal Portuguesa e uma grande vontade de continuar a ser Igreja: o Movimento Fraternitas celebrou ontem 10 anos de actividades de encontro de padres dispensados dos ministérios. Uma vez por ano reúnem-se para uma reflexão bíblica ou teológica. Contam com a colaboração de alguém externo ao Movimento para o enriquecimento dos participantes no encontro. O Padre António Martins, Professor da UCP, coordenou este ano um curso de actualização teológica de dois dias. “Foram focados aspectos muito actuais e interventivos na Igreja” explica à Agência ECCLESIA, Vasco Fernandes, Presidente do Movimento Fraternitas. Este ano simultaneamente, celebravam 10 anos de existência. Data assinalada por uma Eucaristia, presidida pelo Bispo emérito de Leiria-Fátima, D. Serafim Ferreira e Silva “pessoa que desde o começo, há 10 anos atrás esteve connosco” sublinha o Presidente da Fraternitas, relembrando o primeiro retiro convocado pelo fundador, o Cónego Filipe Figueiredo, dando assim início ao Movimento que congrega casais de padres dispensados dos ministérios. “No movimento participam casais, não padres sozinhos. Até na direcção está sempre uma mulher”, explica, chamando a atenção para a dinâmica de casal que se vive na Fraternitas. Os cerca de 100 membros efectivos “casais ou viúvos” estão assiduamente nos encontros, havendo muitos outros que de alguma forma se vão afastando ou marcando presença mais esporádica. “Fez-se muito caminho ao longo desta década”, refere, com alegria o Presidente do Movimento Fraternitas. Começaram pela simples possibilidade do encontro e de juntos caminhar perante as dificuldades que encontram “depois da decisão e dos primeiros tempos da dispensa dos ministérios”. Encontraram depois um “aperfeiçoamento e uma forma de nos irmos mantendo activos” descobrindo o seu caminho na pluralidade da Igreja. “Não ficámos à espera que algo acontecesse”. Ao contrário, cada membro por si, procura forma de ser parte integrante ou na sua paróquia ou noutro serviço específico, sendo também resposta à Igreja a que pertencem. “Esta realidade de inserção impede até a participação nestes encontros anuais que agendamos”. Para isso, prevêem a possibilidade de organizarem encontros regionais, “para facilitar e promover a participação de todos”. A celebração de uma década de caminho “é uma porta aberta” afirma Vasco Fernandes. Estão conscientes do risco assumido e não escondem alguma contestação. “Não nos magoa porque compreendemos. Não é fácil perceber que a Conferência Episcopal Portuguesa tenha aprovado os nossos estatutos” esclarece, mas aponta para a pluralidade e para os diferentes caminhos que a Igreja deve continuar a apresentar. E sublinham a transparência e a participação entusiasmada, sintoma do quanto querem ser Igreja “prosseguindo o nosso caminho sempre ligados a Cristo e ao Evangelho” destaca Vasco Fernandes.

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