Um Papa para o quotidiano

Paulo Rocha, Agência ECCLESIA

Francisco é um Papa dos gestos e da palavra. Da proximidade e da profundidade. Do estar e do ser!

Não será fácil deslocar-se a Roma e participar numa celebração ou encontro presidido por Francisco. E enquanto não visita Portugal, o melhor mesmo é tentar acompanhar o Papa num dos muitos momentos em que se encontra com multidões, no Vaticano, nas celebrações ou em diversos encontros.

Aparentemente, Francisco  pode parecer um “ator” em contacto com multidões, a provocar reações nem sempre previsíveis por parte dos que o vêm por perto. Engano puro!

Ao contrário de qualquer estrela hollywoodesca, o Papa Francisco interessa-se pela felicidade dos que se cruzam com ele. Egoísmos ou egocentrismos não se adequam ao perfil do Papa nem transparecem na popularidade que ultrapassou todas as expectativas.

Para além dos momentos de festa, Papa Francisco surpreende sempre nas ocasiões em que a sua palavra toma conta do ambiente onde se reúnem milhares ou milhões de pessoas. É assim na Praça de São Pedro, foi assim na Jornada Mundial da Juventude, será assim nos locais por onde caminhar Francisco. E sempre para ser autêntico, provocante, profundo…

Acompanhar, pela televisão ou pela internet, uma celebração presidida pelo Papa é uma experiência cativante pelas imagens sugestivas e sobretudo pela possibilidade de ouvir Francisco. Habitualmente, são apenas excertos, pequenas frases as que se escutam do Papa. Mas é sempre estimulante ouvir Francisco durante minutos seguidos porque a mensagem é dita tendo em conta a realidade de cada pessoa e as suas circunstâncias na atualidade. E sugere pistas concretas para a vida de cada pessoa. Seja na concretização da experiência crente, na atualidade, seja no seu contexto pessoal, familiar ou profissional.

O Papa é, assim, para levar muito a sério. Porque são sérios, concretos e personalizados os desafios que sugere.

Para não ficar só na teoria, fixo um deles. O que o Papa Francisco dirigiu às famílias encontradas no Vaticano em peregrinação internacional, no último domingo.

Para levar por diante uma família, é necessário usar três palavras: com licença, obrigado, desculpa. Três palavras-chave! Peçamos licença para não ser invasivos em família. «Posso fazer isto? Gostas que faça isto?» Com a linguagem de quem pede licença. Digamos obrigado, obrigado pelo amor! Mas diz-me: Quantas vezes ao dia dizes obrigado à tua esposa, e tu ao teu marido? Quantos dias passam sem eu dizer esta palavra: obrigado! E a última: desculpa. Todos erramos e às vezes alguém fica ofendido na família e no casal, e algumas vezes – digo eu – voam os pratos, dizem-se palavras duras… Mas ouvi este conselho: Não acabeis o dia sem fazer a paz.

De facto, um desafio para levar a sério!

Paulo Rocha

 

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