UE/Igreja: É preciso «restaurar a confiança das pessoas nas instituições e nos políticos»

Conferência das Comissões «Justiça e Paz» da Europa aborda futuro pós-brexit

Bratislava, 06 out 2016 (Ecclesia) – A Conferência das Comissões “Justiça e Paz” da Europa diz que o futuro da União Europeia depois do ‘brexit’ depende da capacidade de “restaurar a confiança das pessoas nas instituições europeias e nos políticos” em geral.

“A União Europeia vive um mau momento. Um dos seus mais importantes estados-membro (nr. Reino Unido) decidiu deixá-la. Muitos outros ignoram ou desafiam abertamente regras e decisões anteriormente adotadas em conjunto”, realça aquele organismo católico, numa declaração enviada hoje à Agência ECCLESIA.

Neste contexto de indefinição, é essencial que a União Europeia possa continuar a subsistir como “resposta válida para os desafios da globalização, neste século XXI”, tal como foi para “o terrível cenário de guerra e violência” que marcou o continente no século XX.

A Conferência das Comissões “Justiça e Paz” da Europa alerta que “a confiança na UE não vai ser alcançada através de declarações, planos e discursos, especialmente a curto prazo”.

“Serão necessários anos para reconstruir o que foi perdido”, alerta aquele organismo, dando depois exemplos de medidas estruturais que deverão ser adotadas para que as pessoas voltem a olhar para a União Europeia como o projeto que sempre pretendeu ser, garante de paz e de inclusão social para todos quantos fazem parte do Velho Continente.

“Emprego de qualidade para os jovens, novas oportunidades para os pobres, mais segurança para todos e proteção do ambiente”, aponta a Conferência.

O organismo que coordena as comissões ‘Justiça e Paz’ da Europa, incluindo de Portugal, defende ainda uma UE mais “transparente e democrática”, marcada pelo “respeito pelas especificidades nacionais, regionais e locais”, hoje “ameaçadas pela primazia dada ao mercado global”.

Aqui sublinha a importância de “maior justiça social” na aplicação dos impostos e nas oportunidades dadas aos mais desfavorecidos.

A Igreja Católica, e as outras Igrejas cristãs presentes na Europa, têm um papel importante a desempenhar na “promoção da União Europeia”, pode ler-se.

Ao longo dos próximos anos, vários acontecimentos vão dar oportunidade aos cristãos para se pronunciarem sobre o futuro da UE.

Entre eles um congresso dedicado ao tema, que o Conselho das Conferências Episcopais da Europa (CCEE) vai promover no próximo ano em Roma; também a assembleia geral da Conferência das Igrejas Europeias, em 2018.

No caso da Conferência das Comissões “Justiça e Paz” da Europa, este organismo decidiu dedicar a sua próxima ação concertada anual ao tema “A Europa na encruzilhada”.

O documento introdutório a esta iniciativa vai ser publicado no início da Quaresma, em março de 2017.

JCP

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