Programa «A Fé dos Homens» destacou papel das religiões para a construção da paz
Lisboa, 04 mar 2022 (Ecclesia) – António Calaim, presidente da Aliança Evangélica Portuguesa (AEP), criticou o “imperialismo” que levou ao conflito na Ucrânia e o aumento dos gastos militares.
“Todos temos a perder com esta guerra que estamos a viver”, advertiu, na mais recente edição do programa ‘A Fé dos Homens’, emitida esta quinta-feira na Antena 1.
O responsável sustenta que as comunidades religiosas devem ser “lugares onde há espaço para a restauração, para a cura, voltando a ligar as pessoas com o divino”
Já o xeque David Munir, imã da Mesquita Central de Lisboa, afirmou que a violência “não tem nada que ver com as religiões”
“As religiões e os religiosos, sinceros, humildes, têm mais responsabilidade de ausentar a guerra: se tirarmos a guerra do nosso dicionário, a paz virá, de certeza”, sustentou.
O responsável apontou o dedo a razões económicas e egoístas que “utilizam a religião como escudo”, relativamente à guerra, e questionou a indústria dos armamentos, nos países mais desenvolvidos,
Os dois participantes na conversa admitiram a criação de um Ministério das Religiões.
“Portugal tem sido exemplar no diálogo, na convivência inter-religiosa”, assinalou o xeque Munir.
Paulo Rocha, diretor da Agência ECCLESIA, aludiu aos gestos do Papa Francisco em busca da paz e à necessidade de dar um lugar central” às instituições internacionais, para o “equilíbrio de todos os poderes”.
“É incompreensível como a ONU, diante destes conflitos, consegue fazer muito pouco”, afirmou.
O jornalista valorizou os encontros promovidos pela rádio pública, entre responsáveis de várias confissões.
“O conhecimento que temos para partilhar é sempre construtor da paz”, assinalou.
Artur Machado, pastor da Igreja Adventista do Sétimo Dia, citou a Bíblia para sublinhar que a paz é um “imperativo”.
“A paz tem de ser algo que me habita”, acrescentou.
A emissão de ‘A Fé dos Homens’, na Antena 1 da rádio pública, promove na primeira quinta-feira de cada mês, um encontro com representantes de várias comunidades religiosas radicadas em Portugal.
OC