Francisco em «novo desafio trágico», após a pandemia
Cidade do Vaticano, 06 mai 2022 (Ecclesia) – O Papa apelou hoje à unidade dos cristãos perante a guerra na Ucrânia, que considerou “cruel e sem sentido”, alertando para o impacto mundial desta crise.
“Esta guerra, cruel e sem sentido como qualquer guerra, tem uma dimensão maior e ameaça o mundo inteiro, e não pode deixar de desafiar a consciência de cada cristão e de cada Igreja”, referiu, num discurso aos responsáveis do Conselho Pontifício para a Promoção da Unidade dos Cristãos (Santa Sé), divulgado pelo Vaticano.
Francisco, que voltou a aparecer em público numa cadeira de rodas por causa do problema que tem afetado o seu joelho, considerou que a guerra representa um “novo trágico desafio” para a humanidade, após a pandemia de Covid-19.
A intervenção destacou as várias “guerras regionais” que se multiplicaram desde o final da II Guerra Mundial (1939-1945), para falar da uma “terceira guerra mundial, aos bocados, espalhados por quase toda a parte”.
O Papa desafiou os responsáveis cristãos a refletir sobre o papel que têm assumindo para o “desenvolvimento de uma comunidade mundial, capaz de criar a fraternidade a partir de povos e nações que vivem a amizade social”.
“Hoje, diante da barbárie da guerra, este anseio de unidade deve ser alimentado novamente. Ignorar as divisões entre os cristãos, por hábito ou resignação, significa tolerar aquela poluição dos corações que torna fértil o terreno do conflito”, acrescentou.
Francisco apontou a um “resultado ecuménico significativo da pandemia”, a consciência renovada de que todos pertencem a uma “única família cristã”.
“Hoje, a consciência do ecumenismo é tal que não se pode pensar em seguir no caminho da fé sem a companhia de irmãos e irmãs de outras igrejas ou comunidades eclesiais. E isto é uma grande coisa. Sozinho, nunca. Não podemos”, apontou.
A reflexão apontou ainda à celebração dos 1700 anos do primeiro Concílio de Niceia, que será comemorado em 2025.
OC